VIGILANTE–XXXVI–TRÊS INSANOS EM CONFLITO
Porém, antes que pudesse descer do telhado, viu o carro do detetive S. aproximando-se em alta velocidade.
S. cantava enquanto pisava no acelerador, em direção ao portão da Mansão Figueiredo:
--- Do you kill, kill 4 me, i love you to ask again, do you kill, kill, kill, 4 me...
SCREEEEEEEEEEEEEEC BLAAAAAAAAAAAAAAM
O portão da mansão Figueiredo é arrancado de suas dobradiças e voa em direção à cabine de segurança, atingindo, num golpe de sorte, o peito do segurança de plantão e o empalando na parede.
Não houve tempo de avisos.
Denise volta-se correndo para o teto solar de Figueiredo.
Chega bem a tempo de o ver mascarado como Garroteador sacar o telefone e ligar para alguém.
Figueiredo coloca o celular na mesa de cabeceira e aciona o viva voz enquanto despe-se do hobby e veste um terno xadrez de tweed, complemento do seu vestuário de criminoso doentio.
A ligação é completada e Denise pode ouvir a voz de S. Insana.
--- A
L
O
U
DO YOU KILL KILL KILL KILL 4 ME! KILL, BABY, YEAH!
RU-RU-RU-RU
R
Á
R
O
R
O RO RÁRÁ!
“Ouça bem, Garroteador escroto. Este é o som de sua morte”, intuiu Denise.
E com razão. A insanidade de S. exigia mais que simples prisões, soluções definitivas. Assassinato puro e simples.
Mas esta intuição a confundiu. Ela tem o dever de matar Figueiredo, não S.
Porém, o asco que sentiu no último encontro, toda aquela pérfida escuridão que o homem exalava deixou-a nauseada.
“Não é um homem, é uma barata. Não vale sequer uma estocada destas caríssimas nano lâminas.”
Mas o dever a chama intensamente.
Tão intenso quanto a náusea.
E lançada no meio de tamanho conflito, Denise Mansuetto, não fica paralisada, vítima de longos e fortes espasmos nervosos.
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Mande fumo pro Curupira