VIGILANTE–XXXII–DE DORES E VOZES FANTASMAS

 

 

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A raiva abandonara o corpo de Denise em ondas de pranto.

Aquele filho da puta safado.

Nunca deixava de tocar o nervo exposto.

Como se fosse uma corda de berimbau.

Tóin.Tóin.Tóin.Tóin.Tóin.Tóin.

Por um momento lhe pareceu realmente ter ouvido um berimbau.

Então viu grossas lágrimas caindo no chão.

Escorriam de seus olhos, ardiam nas bochechas, despencavam rumo ao solo.

Explodiam.

Denise queria explodir, mas a D

O

R não deixava.

E tudo era sofrimento e pesar.

A vida uma pena. A justiça, uma farsa.

Morte, liberdade.

Figueiredo aproximou-se suavemente dela. Seguia a direção do choro de Denise. Quando ele julgou estar à sua frente, parou. De seu bolso saiu a máscara. Vestiu-a. Figueiredo saíra de cena. O Garroteador assumira o comando.

--- Entendeu, criança? Você me encontrou porque eu a criei.

Denise, ao ouvir “você me encontrou”, cessa imediatamente e chorar.

--- Eu te encontrei...

O Garroteador aproxima-se manso.

Sim, minha bela invisível assassina, você me encontrou.

A D                       pirito!!!

     O                 s

       R latejava no e

Como um lobo uivando loucamente sua dor para a lua.

O mundo perdia o sentido para Denise.

Ela podia ver o Garroteador passar mansamente a mão em seu pescoço através do traje sombra.

E apenas chorava.

Pois, o que poderia consolar um maldito?

--- Você

M

A

T

Aria, mataria, mataria, mata

R

I

A

? por mim, meu amor, lhe dizia uma voz íntima e blasfema. Uma voz que nunca imaginou ouvir novamente.

A voz de seu pai.

E quando o Garroteador finalmente posicionou-se com o fio de nylon enrolado em seu pescoço, Denise defendeu-se.

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