VIGILANTE – XXVIII– DENISE À ESCUTA

      

                                    

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Quem não estava nada feliz com aquele inusitado encontro era Denise Mansuetto.

Enquanto caminhava para o seu carro na saída da mansão Figueiredo, pensava no que havia presenciado e sentido.

Uma intuição inata lhe dizia que aquilo significava problemas, porém, racionalmente não conseguia ver onde o dr Figueiredo, sempre tão prestativo e cordato poderia prejudica-la.

Já o detetive, era outra história.

Ela errara duas vezes a noite passada.

A primeira foi sair sem um plano de ação, por puro instinto e senso de justiça latejante dentro dela.

A segunda foi dar o beijo, ainda que apenas um selinho, no detetive. Na hora achara graça, estava ainda tonta do choque dos capangas do Garroteador.

Mas agora, à plena luz do dia, as coisas lhe pareciam mais claras.

Errara, sim. Mas o que poderia fazer para concertar se não sabia o que estava acontecendo dentro daquela casa? E com certeza algo estava acontecendo.

Era extremamente necessário descobrir o que.

E para já.

Denise não titubeou.

Corrigiu o passo, tomou o rumo dos fundos da mansão e entrou pela entrada de serviço da casa. Encontrou a cozinheira:

--- Oi, deixei meu batom no banheiro, voltei para buscar, não precisa nem avisar o dr, ok?

E saiu sacudida rumo ao banheiro que ficava vizinho onde Figueiredo reunia-se com S.

Ignorou o banheiro e ajoelhou-se por trás da porta.

Ouviu tudo.

E ficou estarrecida. Raiva, medo, indignação, frustração, desprezo correram livres pelo seu fluxo sanguíneo.

“Meu Deus... Será que o Figueiredo ainda se ressente do fora que eu dei nele? Porque esse homem quer me ver presa agora se sabe, pelo que deduzo, quem sou há tempos... Por que reuniu tantas coisas sobre mim. Por que tantas perguntas que não posso responder. Argh!!!”

E Denise saiu daquele lugar antes que perdesse a cabeça.

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