VIGILANTE–XIX–INCURSÃO AO JAÇANÃ

 

 

deadly_contrast___speedpaint_1h___by_anatofinnstark_dez2weq-pre

Denise, depois que conheceu o Jaçanã, nem usava mais suas frequências especiais para interceptar ocorrências e conseguir flagrantes.

Até o Jaçanã, frequências como a policial, a dos paramédicos, ambulâncias, guarda civil e outras entidades de segurança pública eram monitoradas pelo dr. Dickey.

Denise jamais sabia o que viria pela noite, mas algo lá em seu canto mais escuro conhecia o que vinha pela frente e “comandava” Denise, desde a escolha das armas – uma arma para cada execução – até o golpe final.

A justiça pura era um animal selvagem que Denise não tinha intenção nenhuma em domar. Ela mesma tornava-se este animal. E sua selvageria era doce e terrível.

Ideal para um bairro tão corrupto e depravado que os moradores de bem pagavam com grana o silêncio que deveriam fazer. Era o imposto do silêncio.

Uma simpática taxa onde o pobre morador jurava manter silêncio sobre as atividades ilícitas pagando 03 meses de salário aos bandidos. Não pagavam por proteção, muito pelo contrário pagavam para ser cúmplices dos sacanas através do seu silêncio.

Era assim que o Garroteador garantia a segurança de seu bairro.

Arrancando o fígado de seus moradores honestos.

“Ah, Garroteador, pena que não saiba quem és... Pena que não tenho a mínima vontade de te investigar. Pena que tenho tanto nojo de você, barata humana. Pena que não consigo pisar em baratas.” Pensava Denise sobre o famoso serial killer que, diziam, dominava o bairro.

Com um lugar destes, onde o crime é uma atividade tão constante – cerca de um crime a cada meio segundo – que acaba tornando-se um fato normal, quase aceito por uma comunidade relutante de medo e humilhação.

O Jaçanã era o seu parque de diversões.

Lá podia porrar e matar a vontade.

Who the fuck cares, anyway

Denise veio equipada com um sabre florentino, shurikens, adagas Sai e um punhal moela do exército espanhol.

O telhado de um prédio de 05 andares onde se empoleirara, seu posto de observação, permitia uma boa vista de todo o bairro e tinha uma acústica ótima.

Podia-se ouvir o bairro todo.

Como aquele grito agudo de mulher lançado na noite, tão apavorante que deu o start para que o bairro, aquele seu bizarro playground, funcionasse

Correu por cima dos telhados em direção ao grito.

A cada telhado que terminava ela pulava e projetava seu corpo no ar de tal maneira que só se parava de pensar que Denise estava voando quando ela caía em outro telhado.

O parkour de Denise mostrou-se positivo. Do telhado alcançou um beco onde se ouviam gritos abafados por uma mão e barulhos de luta.

Olhou para baixo:

Vestido rasgado dos seios até a cintura, a saia esfarrapada, maquiagem borrada e com um homem com as calças abaixadas por cima, uma mulher lutava para não ser estuprada.

the-rape-darwin-leon

Comentários

Postagens mais visitadas