VIGILANTE–IV–VOCÊ ME ENCONTROU–FINAL
Logo a seguir, não há nada de anormal no espelho. Apenas o reflexo de Denise apavorada. Ela se recompõe, olha bem para o espelho, direto nos olhos de seu reflexo:
--- Justo. Quer dizer que já estou louca? – E sem saber como ou porque, começou a rir desenfreadamente.
Louca!Louca!Louca!
Louquinha.
Biruta
Tan-Tan,
E Denise ria e ria sua gargalhada alta e rouquíssima.
Rurururororará. Rurururororará. Rurururororará.
E, no espelho, o reflexo do maltrapilho ria de volta.
Denise nem tchum.
Saiu do banheiro rindo.
Um trovão soou ressonante, alto e perto.
Rurururororará.
A tempestade abraçou a cidade.
Denise, fora de si, gargalhante e seminua dança na sacada para ambas, tempestade e cidade.
“Oras bolas, por que seminua?
E num passo doble, tirou o quimono, ficou nua, deixou a chuva lavar o corpo, quem sabe até a alma...
Um trovão diz que não.
Ela abraça a chuva, aperta com força a cidade contra o peito.
Rurururorará.
Sua gargalhada soou uma resposta às forças da cidade e da natureza...
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Mande fumo pro Curupira