VIGILANTE–XXVI–ENCONTRO NA CASA DO DR. FIGUEIREDO

 

 

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Quando Denise entrou na mansão de Figueiredo, deu de cara com S.

O mesmo policial que havia salvado sua vida noite anterior.

Fica desconcertada.

S. mais ainda, para ele, ela tem os olhos violetas das safiras. Sente uma excitação tão insuportável que é obrigado a cruzar e descruzar as pernas sem parar, como num tique.

Porém, o mais desconcertado e surpreso, ainda que por um instante era o próprio Figueiredo.

Que tipo de perversidade era aquela que levava Denise Mansuetto ao seu teto, justo naquela hora, onde estava planejando sua queda?

E, sutilmente, deixa na gaveta a pasta sobre Denise Monsuetto que está prestes a deixar com S. Então vira-se para Denise:

--- Minha cara protege que surpresa! A que devo o prazer de sua visita.

--- Queria alguns conselhos pessoais... Mas vejo que está ocupado. Prazer senhor...

--- Chame-me como todos chamam. S. ao seu dispor sra...

--- Srta. Srta. Denise Mansuetto.

Figueiredo observa atentamente aquelas apresentações. Pois o pareciam. Era como duas pessoas que compartilhavam um segredo e sondavam o quanto um sabia do outro.

“Muito pouco” concluiu o vigilante-advogado. “E isso é bom...”

Porém, Figueiredo não sabia como S. sentia-se em relação à vigilante, um sentimento, não de todo diferente do seu.

Ambos, dentro de suas diferenças e singularidades, tem como objetivo amar ou matar Denise.

S., possivelmente não sabia o que queria, provavelmente os dois.

Figueiredo não tinha a mínima ideia do cinto de cilício de S. Assim como este não tinha conhecimento de que o advogado na verdade era o Garroteador.

Talvez, caso Denise não tivesse aparecido, os dois acabassem desconfiados um do outro.

Porém, com a aparição de Denise, tudo mudou.

Figueiredo, contrariado e sentindo a brusca mudança de um clima que construíra para ser produtivo, tornar-se extremamente desfavorável aos seus propósitos, propôs um drink:

--- Para quebrar o gelo...

Denise não havia reparado em gelo nenhum, apenas na súbita mudança de comportamento dos dois homens, como se flagrados numa travessura contra ela.

Ficou desconfiada, recusou, foi embora.

S. descruzou as pernas:

--- Quem era ela, dr. Figueiredo?

Ela, meu caro? Uma das maiores industriais do nosso país. E também

desconfio que ela seja nossa vigilante...

E tirou da gaveta o dossiê sobre Denise e o estendeu para S.

 

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