VIGILANTE XII–O GARROTEADOR.
A manchete no jornal dizia:
“Vigilante Senhor X próximo do Garroteador de Jaçanã:
Justiceiro passa dois comparsas do serial killer no fio da espada”
E o texto dizia que foram encontrados noite anterior os corpos desmembrados de dois homens. Segundo o relato de Jonas Ribeiro da Costa, o primeiro a encontrar os corpos, eles foram encontrados mais ou menos da seguinte maneira:
Eu vi um torso com a camisa rasgada por dois cortes simétricos e paralelos. Um corte horizontal no ventre expunha os intestinos. Outro decepara a perna.
E, meu Deus, havia uma cabeça olhando direto para mim.
Foi quando vi o outro corpo com uma ferida enorme no coração.
Uma estocada entres as costelas direto no coração finalizara o ataque tirando a vida do outro homem”
Bah, resmunga o dr. Paulo Alfonso Figueiredo, o Garroteador. “Quem vigia os vigilantes, porra. A polícia certamente não é. Adoram-no. Metade da população também. O filho da puta tem preferência absoluta.
E tem dinheiro.
Posso afirmar
É melhor tomar cuidado.
E o dr Paulo Afonso Figueiredo, o Garroteador, mas também diretor e sócio fundador da Gigliolli, Schwertzan & Figueiredo, advogados associados, era um homem, muito, muito cuidadoso.
Astuciosamente, quando atacava em determinado local mandava sósias para outro. Assim preservava sua identidade, quase revelada quando matara o maldito Paulo Mansuetto Neto.
Na noite de seu batismo, quando estava já de garrote preparado, de sopetão, adentrara sala a dentro Paulo Mansuetto Neto, seu, assim pretendia, futuro sogro.
Tomado pelo êxtase do assassinato, Figueiredo considerou Mansuetto uma oferenda.
Sacou o garrote retrátil, estendeu o fio, girou o velho Mansuetto pelo pescoço com ele.
Ficou costas a costas com o futuro sogro. O fio enrolado no pescoço de Mansuetto, forçava sua cabeça de encontro à omoplata do Garroteador.
Com uma flexão de antebraço, puxou o fio para baixo.
CLA-QUE!
Estalou o pescoço de Mansuetto ao partir-se em dois.
--- Denise...
Ainda teve tempo de sussurrar.
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