VIGILANTE – XXVII – O DOSSIÊ DENISE MANSUETTO

 

 

   

 

Diante de S. perfilava-se toda a vida de Denise Mansuetto. Desde seus primeiras aventuras adolescentes, a carreira como super top model, a morte misteriosa do pai, um suicídio mal concluído, os anos em retiro estudando artes marciais e o tempo passado como CEO da Mansuetto Tech.

O Dr. Figueiredo (vulgo Garroteador) observou atentamente a reação de S.

Gelo. Mas um gelo que brilhava como diamante. O homem estava fisgado. Discernira bem, na noite anterior, quando julgara ver um interesse particular no detetive S.

Senão porque invadir uma cena em pleno crime, com alerta para o Senhor X sem reforços? S., o Garroteador deduzira, a noite anterior, possuía uma relação toda particular e própria com aquele caso. Quem sabe até com a própria Denise...

E Figueiredo queria aproveitar-se disso.

--- Veja detetive, Denise Mansuetto tem todas as credenciais para ser nosso homem. Ou mais especificamente, nossa mulher. Observe como depois do trauma da morte do pai, passou a gostar de... de ações violentas, por assim dizer. Ela sempre manifestou um senso de justiça especial, meu caro. E desconfio que ela esteja praticando nas ruas este senso de justiça.

--- E é uma mulher em condições de possuir uma pulseira de safiras como esta que lhe dei, não é mesmo. Entendo seu raciocínio, dr. Figueiredo, ao apontar como suspeita Denise Mansuetto. O que não entendo é o que o senhor ganha com isso?

--- Está brincando detetive? – sorriu Figueiredo. Esqueceu que além de mentor de Denise, sou seu advogado. E que sou um litigante criminal? Já imaginou o que ganharei com esse caso? Em fama e dinheiro? Fora que, com a sua ajuda, protegerei minha protege de algum incidente fatal com a polícia ou com algum criminoso mais desesperado. Eis meus interesses. Então, somos parceiros.

S. apenas olhou para Figueiredo e, por dentro do silêncio de gelo com que apertou sua mão, dançava twists e gargalhava loucamente de alegria...