VIGILANTE–XXII–ARMADILHA–FINAL
Porém, com o tiroteio, Denise, ainda que fraca, voltara a si.
E viu o que acontecia ao seu redor, o policial disparando e o mascarado movimentando-se por entre os disparos, como um bailarino ensandecido até se postar atrás do policial e, com um fio de náilon, enrolar seu pescoço e começar a sufoca-lo.
Não podia permitir aquilo. Não com quem provavelmente lhe salvara a vida.
Ela acionou o traje sombra e desapareceu nas trevas.
O Garroteador percebeu:
--- Para onde vai, minha querida? A festa está só começando.
Apertou ainda mais o policial.
Mas S. ainda tinha uma carta na manga.
Ou melhor, uma segunda arma na perna.
Quando o Garroteador falou, relaxou o aperto um segundo. Foi o bastante.
S. alcançou a arma ao mesmo tempo em que o garroteador voltava a apertar seu pescoço com o fio fino que já lhe arrancava sangue da carne macia e branca, fazendo um colar rubro em seu pescoço.
Teve forças para um dispara para o alto.
Aquilo deixou o Garroteador tonto.
Foi então que S rolou para o lado e Denise atacou.
Suas lâminas haviam sido esquecidas, mas ela estava furiosa com a armadilha e usou punhos e pernas para atacar.
Primeiro um chute na cabeça do Garroteador libertou S.
Depois um murro o levou ao chão.
Denise encaixou um mata-leão no mascarado.
Porém ainda estava fraca e caiu num contragolpe que a levou estatelada no chão e a fez perder a respiração.
S então, já recuperado, atirou.
A bala raspou o braço do Garroteador.
Ele gritou e voltou-se para S, o fio de náilon brilhando sob a luz do luar.
Porém S. atirou de novo.
Desta vez o tiro pegou na perna do Garroteador.
Ele ajoelhou-se.
S. avançou para o tiro final.
Foi quando o mascarado lhe deu uma cabeçada e estendeu o punho para cima.
TSSSSSSS.
S. pode ouvir o som de uma corda sendo estendida. O mascarado disparara um gancho e agora se elevava rumo ao alto do edifício.
--- Não. Você não vai fugir.
Esgotou a munição da segunda arma.
--- Droga! Droga! Droga!
Só então percebeu a sombra atrás dele.
Voltou-se em guarda.
Mas nada podia prepara-lo para aquilo.
A sombra simplesmente beijou seus lábios e murmurou:
--- Obrigado. Te devo uma, mas sem cobranças... Tchau bonitão.
E a sombra desapareceu enquanto S. jurava sentir o aroma de Safiras..
Comentários
Postar um comentário
Mande fumo pro Curupira