VIGILANTE–XI– O SENHOR X–FINAL

                   resident evil sr x

 

Era uma pulseira delicada de safiras, totalmente arrebentada, mergulhada na poça de sangue ao lado de Tubarão.

S. olhou para um lado, olhou para outro e embolsou a evidência.

Sentia que estava jogando quase sozinho e que acabara de obter uma pista quente.

Não sabia direito o porque era uma pista quente. A pulseira poderia ser de um presente para uma amante de Johnny.

“Ou estamos caçando um homem quando deveria estarmos caçando uma mulher. Mais um imbróglio nessa investigação que, por si só, já estaria terminando em pizza.

Mas S, desconfiou que alguém mandara a carta identificando-se como senhor X para despistar a polícia (como se ela precisasse disso, ahaha), revelando um suposto vigilante masculino e escondendo assim, sua verdadeira sexualidade.

“Uma mulher? Será possível”...

Mas tudo era possível para Denise Mansuetto.

Atormentada, sentindo prazer, dor e culpa ao mesmo tempo quando matava, Denise estava jogando perigosamente.

Só assim lhe dava o prazer necessário para continuar fazendo a sua justiça. A justiça que o mundo precisava.

Então, percebeu a perda da pulseira de safira e desesperou-se.

S não poderia nunca saber do verdadeiro drama que motivou a fúria justiceira de Denise.

Era órfã de pai.

Porém, não era órfã de alguém qualquer.

Paulo Mansuetto Netto foi um dos maiores industriais do país e construíra um verdadeiro império tecnológico.

Assassinado em condições misteriosas, o crime nunca foi resolvido. Nem na justiça nem na cabeça de Denise, que, em sua jornada de conhecimento de táticas e artes marciais, não conseguia perceber que o que estava tentando na verdade era justiçar o pai, cujo assassino nunca foi revelado.

Jurou no mais íntimo de seu ser que, caso dependesse dela, lutaria como um demônio para que ninguém mais sofresse o trauma de ser órfão.

Uma resolução louvável no princípio.

Assim que Denise assumiu as empresas do pai, inaugurou a Fundação Paulo Mansuetto Netto para jovens abandonados, que dava infra-estrutura para que órfãos e crianças abandonadas pudessem recomeçar sua vida dignamente.

Mas aquilo não era o suficiente.

Por mais psicólogos, tratamentos, educação, conforto e estrutura que oferecesse para as crianças, sempre havia o medo que podia perceber em suas visitas à fundação.

O medo de sempre reviver a morte de um dos pai é cruel e insidioso. Nunca deixa o coração dos órfãos.

Porém, ao escrever a carta, intitulando-se senhor X, sentiu-se mais segura. O medo lhe deu trégua por um momento.

Depois voltou.

Era hora de matar novamente.

                         

female samurai

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