VIGILANTE - IX–JOHNNY TUBARÃO

 

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Johnny Tubarão dirigia sua moto rumo à sua boca de porco muitíssimo satisfeito consigo mesmo. A cada noite via seu lucro subir estratosfericamente e as filas aumentarem.

Polícia e devedores eram inexistentes em seu território, devido ao terror que exercia sobre seus inimigos e clientes devedores. Johnny tinha o apelido de Tubarão porque afiara todos os seus dentes e quando sorria, seu maxilar projetava-se para frente para que os pontudos e afiados dentes pudessem encaixar-se uns nos outros confortavelmente. Exatamente como um tubarão.

O apelido e  terror colaram à sua imagem com a sua preferência em encerrar assuntos delicados mordendo selvagemente a jugular de seu oponente, seja ele cliente devedor ou policia boa ou ruim, para ele, todos diferentes tipos de lixo humano.

Ele era pior. Ele se alimentava do lixo. E agora sentia fome enquanto chegava em seu território já lotado de clientes.

Estes, ao ouvir o motor da possante moto de Tubarão já acordam e se movimentam e gemem seus desejos.

--- Farinha aqui, Tubarão.

--- Não esquece da minha pedra, Johnny.

--- Trouxe o bagulho, Tuba?

--- Está tudo ok, galera, vamos organizar essa fila e começar os negócios.

Tubarão armou sua banca expondo sua mercadoria despreocupado como se estivesse numa feira.

Mal notou o estranho maltrapilho baixinho que examinava atentamente seus produtos com um isqueiro zippo na mão.

Só quando o maltrapilho ateou fogo num pacotinho de cocaína foi notado por um furioso Tubarão.

O traficante sorriu como os tubarões devem sorrir e partiu irado para cima do maltrapilho, sem saber que por baixo dos trapos sujos e fétidos estava a sua derradeira sina.

Denise não deu tempo para Tubarão saber o que tinha o acertado.

Com um movimento elegante, livrou-se do traje enquanto se abaixava e girava para livrar-se do ataque da bocarra afiada de Tubarão.

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Aproveitou o giro para cortar os nervos de seu tendão de aquiles.

Tubarão desabou de joelhos e foi imediatamente rasgado no peito por um golpe de uma cimitarra média.

Outro giro e Denise crava a faca de lâmina Tang bem debaixo do coração de Tubarão. Torce a faca. Olha para o homem patético com dentes pontudos como um canibal a sua frente.

Tubarão revira os olhos.

Denise sente o coração na ponta de sua lâmina e crava a lâmina bem no ventrículo esquerdo.

A cabeça de tubarão despenca, vitima do sono eterno.

Os fregueses de Johnny a essa altura fugiram de pânico e a banca de Tubarão é uma bela fogueira iluminando a noite.

Mas Denise não repara que, na luta, sua pulseira de estimação, dada por seu pai logo antes de morrer caíra , vítima de um dente afiado de Johnny.

Sua atenção havia voltado para um reflexo metálico.

A moto de Tubarão. “Porque não”, pensa Denise.

A vigilante então pega a chave no bolso do cadáver, liga a moto e parte a milhão.

O nascer do sol encontra cavalgando 1000 hp em duas rodas.

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