SAMBINHA PANDÊMICO

 

 

 

 

CORONA LADY

 

Não há futuro.

Não há passado.

Presente. Presente. Presente.

Como um CDF respondendo a chamada de uma professora exigente.

E, de súbito, doença, pandemia,

Não respondemos à chamada.

Ficamos presos no passado,

Sonhando com o futuro,

Mergulhados no mundo do Se, do quando, de um outro onde.

Porque é confortável sonhar.

Ainda que bem lá no fundo,

Impere meu ceticismo...

A esperança é um sorriso involuntário,

Uma crença,

Um se.

Um quando.

Um como

Mil ideias, projetos, crenças,

Escapismo.

Se, quando, talvez, como?

Probabilidades.

Certeza, o pulsar agônico do peito,

O lacre na porta de casa,

A máscara.

No rosto e nas palavras.

Nenhum contato.

Nenhum toque.

Nenhuma palavra em falso.

Tudo ilusões e labirintos.

Espelhos, miragens, reflexos.

As ruas querem seguir,

Se... Quando... Como...

Não sei.

Não há futuro, não há passado,

Presente, apenas.

E o que nele resta de ti e de mim.

 

Navi Mumbai covid art 1.1

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