O HOMEM TORTO–VII–EPÍLOGO
Arnaldo a encarava pálido, braços dilacerados até o osso pela violência do ataque da criatura, a garganta em sangue. Seus olhos estavam muito abertos e sem brilho. Falou num suspiro:
--- Ana... Acho que não... mas te quero... Sempre... quis.
Ana empurrou a criatura para o lado, ajoelhou-se ao lado de Arnaldo, tomou-o no colo:
--- Não, benzinho, não desista... Vamos conseguir.
Ele perdeu os sentidos.
Ana o esbofeteou.
--- Acorda, Arnaldo, você não pode de maneira nenhuma apagar. Fica comigo, pelo amor de Deus.
--- Ana, não... é tarde. um... beijo...
Entre lágrimas, ela lhe deu o beijo e sentiu sua vida exalar por entre seus lábios, numa última e definitiva reconciliação.
Quando Alicinha acordou, ouviu os disparos e gritos, tanto do Homem Torto quanto do pai e da mãe. Ignorou seus machucados e foi caminhando insegura em direção aos sons, e, assim esperava, aos pais.
Quando saiu do bosque, viu o pai e a mãe se beijando, o Homem Torto caído do lado, cheio de sangue e imóvel. Tudo estava acabado.
Ficou contente. Podia não ser como as histórias e canções, afinal estavam todos machucados. Mas papai e mamãe haviam derrotado o Homem Torto. Era um final feliz apesar de tudo.
E dirigiu-se para os dois, rindo em pulos de amarelinha.
FIM!
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Mande fumo pro Curupira