OS BÁRBAROS TORCERAM O NARIZ

 

 

 

barbarian art

“Os bárbaros não vieram,

que pena

Eles seriam uma solução.

(Konstatinos Kavafis)

 

 

Caiu

Ralou o joelho.

Mordeu a ponta da língua.

Esfolou as palmas das mãos.

Bateu com o pé na perna da mesa.

Fechou a porta do carro no mindinho.

E assim por diante.

Não se machucou muito,

Mas caiu...

Todos sabemos a dor que sentiu.

Incômoda e aflita.

Um instante de pura agonia.

Mais suave, a dor do esparramar dos dias

Uma pontada no coração ao tilintar do despertador

A tristeza inexplicável nos crepúsculos.

Vazio insaciável ao meio dia.

Suave sim.

Mas sempre grave e constante...

Como um anjo de Rilke, uma ressaca

Um primata engaiolado,ou

Uma cidade estagnada.

Estas ruas de paralelepípedo,

poeira e sapato,

carro, cerveja e churrasco

falsos interiores, alçapões.

Escura armadilha de boas ou segundas intenções,

caldo morno de esperas sem esperanças

Eterno nada de ranços e mesmices.

E os Bárbaros, cidade velha e suja,

torceram o nariz a menção de seu nome

 

BARBARIAN

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