O INVERNO DO HOMEM SOLITÁRIO

 

 

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Quando o homem solitário

Percebe o inverno de seus dias no horizonte,

Poucas coisas lhe são belas.

Moribundas as raízes, suas flores dispersaram-se no vento.

O mundo, um lugar muito distante daquele que por tanto tempo caminhou.

Seus sonhos, vãs esperanças que perseguiu e não alcançou.

Os tantos que amou, deram-lhe adeus,

E ventos que são,

Partiram para outras estações.

O inverno dos dias cobre suas pegadas com rachaduras de gelo, o espelho dos rios congelados trincam seu coração.

Pasmo, pergunta-se como seu sorriso

Desapareceu.

E como a alegria do verão

Perdeu-se nessa triste face que o espelho dos rios, implacável, reflete.

Quando o homem solitário, percebe seu Inverno no horizonte...

Apesar de tudo

Não deve desesperar-se com o gelo de seu peito.

Nem com a dor que lhe consome a alma.

Apenas aceitar que a vida

Tornou-se a inércia

De sua respiração.

Depois, sentar-se na branca neve,

Para enfrentar seu desafio final.

O medo de nada existir,

A não ser a fé nas escuras nuvens

Que, velozes, aproximam-se em relâmpagos silenciosos.

O homem solitário, sentado à neve,

Nos trovões de sua última certeza,

Aprecia o singular aroma da morte

Para, com uma lagrima apenas,

Despedir-se do amor que lhe restou à vida

Fechar os olhos.

Expirar suas tristezas.

E derreter na Chuva,

Que finalmente chegou.

 

the-tempest-ryan-smith

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