BLUES ASSOMBRADO
Nuvens de verão.
No meu carro,
Um blues.
Ânsia de oásis na estrada.
Direita, esquerda,
Tudo cana de açúcar.
Sacis pedindo carona em
Remoinhos que não nascem,
Desencanto e deserto,
A viagem prossegue.
Radares gritam em meus olhos:
--- 80 por hora, 80 por hora, 80 por hora.
Obedeço em fade out
Até o fim da estrada.
Cheguei, mas a cidade não é Itaca.
E nem a jornada Odisseia.
Dia a dia, nada mais.
Num último acorde,
Morre o blues.
Sobram os ecos dos sacis abortados,
Aqui onde,
De manhã,
Circulam
as almas penadas
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