BLUES ASSOMBRADO

 

 

BLUES ASSOMBRADO

 

 

Nuvens de verão.

No meu carro,

Um blues.

Ânsia de oásis na estrada.

Direita, esquerda,

Tudo cana de açúcar.

Sacis pedindo carona em

Remoinhos que não nascem,

Desencanto e deserto,

A viagem prossegue.

Radares gritam em meus olhos:

--- 80 por hora, 80 por hora, 80 por hora.

Obedeço em fade out

Até o fim da estrada.

Cheguei, mas a cidade não é Itaca.

E nem a jornada Odisseia.

Dia a dia, nada mais.

Num último acorde,

Morre o blues.

Sobram os ecos dos sacis abortados,

Aqui onde,

                 De manhã,

                                Circulam

                                              as almas penadas

 

2020-05-08_5eb5a29f42a6a_PhatomPain-GabrielVendramini

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