AS CRÔNICAS FANTÁSTICAS DO IMPÉRIO ALMEIDA–DENTRO DA CUCA DO DR. ALMEIDA

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---------- ENQUANTO ISSO, NO LABORATÓRIO SECRETO

Juventude. A grande obsessão de Afonso Soares Almeida. Perseguiu-a por tanto tempo, em tantos lugares, com tantos métodos e crenças e descrenças diferentes, adquirindo tantas coisas, industrias, informações, paixões, dissabores mil, que não viu seu próprio tempo passar.

Apenas acumulou conhecimento e a riqueza que vem do uso certo e amoral do conhecimento. Construiu um império industrial com favores e dividas vindas de analises frias e egoístas, mas sólidas. E agora, com sua decrepitude, a credibilidade de seu império estava desmoronando sob os seus olhos.

Manchetes dos tabloides das bolsas financeiras falavam das fraquezas de suas pernas, sinal da decrepitude de seu Império, seu próprio conselho disposto a retirar-lhe a cadeira presidencial. Deixar de ser o CEO da Almeida Inc. Rá. Jamais.

Mas os mercados futuros contavam com a quebra de sua holding, devido a dificuldade de repartir o império entre herdeiros “descuidados”. E estavam certos. Mesmo se nomeasse alguém como único herdeiro, as disputas internas abririam feridas cada vez maiores nos flancos do Império. Não. Ele devia viver. Caso contrário o Império Almeida não sobreviveria.

Estavam os dois, Império e imperador morrendo, concluíram todos. E esperavam...

Esperavam sua morte. Era o que via naqueles sorrisos de hienas engravatadas.

Todos queriam dar uma mordida na sua fortuna, ou pior, levar um pedaço de seu império industrial, complexos de industrias, economias de pequenos países inteiros, tudo o que ele lutava para administrar e lucrar, um princípio, dinheiro gerar dinheiro, uma religião, algo sagrado indo parar nas mãos de quem, nem mesmo se pagasse para o ar que respirava, não mereceria viver.

E seus mais perigosos rivais apostavam em sua falência, seus inimigos tramavam sua desgraça.

Mas as coisas do seu lado não eram melhores. Como seria homenageado na morte pelos seus? Seria uma salva de tiros de seus guardas costas e lágrimas de crocodilos de suas ex-mulheres, pretensos filhos e até os seus próprios, aqueles bastardos meio-sangue que nunca honraram o sangue do pai e sempre lhe torceram o nariz.

“Lasquem-se”, o Império Almeida não podia ser de mais ninguém. E que deus o perdoasse pelo que ia fazer, pois Afonso sabia dos horrores que aguardavam seu sucessor na decrepitude.

Seguir as regras de Afonso garantiriam resistência para se aguentar até a reversão, a cura, a fórmula, o antídoto para reverter a cirurgia. Uma técnica que Afonso levaria para a câmara criogênica. Acenaria como uma cenoura diante do nariz de um burro, uma esperança para seu “voluntário”.

Não existia porra nenhuma.

O corpo jovem e saudável do voluntário seria sacrificado. Sua consciência alterada. Um gel com uma ciberconsciência pré-programado com todo o seu conhecimento de finanças e matreiragem estava em fase de testes, mas já dava pro gasto.

Era um caminho sem volta. O corpo do voluntario já era. Ele que se virasse.

--- Estou pronto. Soltem o holo vídeo promocional.

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