AS CRÔNICAS FANTÁSTICAS DO IMPÉRIO ALMEIDA–A TORTURA

 

Mas não voltou no outro dia, nem no outro, e mais outro. Mariana foi transferida para uma cela lúgubre. Passaram-se dias, semanas, quem saberia, ela não. Mariana já não tinha noção do tempo.

Os sádicos não lhe permitiam uma rotina. Sua cela era iluminada artificialmente por uma luz meia boca o tempo todo. Tudo sombra e cinzas.

Não lhe davam comida a mesma hora. Sempre tinha fome demais ou fome de menos.

E, quando estava sem apetite, elas apareciam, o horror.

As Ratazanas Mutantes criadas por Musk II com as fórmulas alquímicas escondidas nos fragmentos da bíblia negra de King.

Hienas, dna alterado com ratos de laboratório e enxertos de mitocôndrias de tubarão. Do tamanho de pequenos cães, cauda e cara de rato, ousados como este, ferozes e manhosos como os chacais.

Mostravam-lhe as séries espiraladas de pequenos e afiados caninos. As garras saltavam das fendas das patas.

Suas bocas abriam-se em ângulos impossíveis para os mamíferos, os narizes curvando-se para traz, os dentes projetados para a frente.

Mandavam sua refeição para dentro com espirais de pequenos caninos que iam levando a comida para o fundo das pequenas mas insaciáveis gargantas.

Depois, cheiravam seu corpo paralisado de medo e riam. Guinchos estridentes atravessando as minúsculas gargantas, fazendo-as vibrar com gargalhadas inumanas em baixa frequência.

E, então, atacavam-na...