AS CRÔNICAS FANTÁSTICAS DO IMPÉRIO ALMEIDA - MARIANA NA SALA DE INTERROGATORIO

O amor é um vampiro com asas de borboleta, pensava Mariana Olenski enquanto esperava na sala de interrogatório da Polícia Tática Terrestre. Não sabia de onde tirava essas ideias. Apareciam, flashbacks de imagens e palavras. Sinestesias. Por ela tudo bem, estava acostumada com isto. Haviam questões mais objetivas. Atitudes a tomar. Como sair da enrascada em que se metera.

Estava numa sala de interrogatório de uma prisão qualquer, algemas retráteis de fótons atadas aos punhos e tornozelos.

Não conseguia pensar direito, a mente imersa nos restos de viagens que das neurodrogas radicais que adorava. E estava com medo. Por ele.

Tudo fora rápido demais. A Polícia Tática Terrestre descobrira tudo. Usaram as técnicas precogntivas dos embriões cibernéticos extraídos das gônadas de Musk II. Nova técnica de prevenção ao crime patenteada pelo maníaco supremo do espaço sideral.

Interceptaram sua jogada antes dela começar.

Invadiram sua cobertura, quebrando o domo de visão estratosférica de sua residência particular. Confiscaram todo o seu sistema. Seus dados. Usava criptografia de numerais lisérgicos alfaoctaedros em toda a sua rede. Todos os sistemas. Senhas com códigos baseados em suas alucinações de neurotrips.

Um Sistema feito com um código subjetivo inimaginável. O seu. Inquebrável. E ela tinha suas medidas contraofensivas neurohackers para os dementes asseclas de Musk II. Há muito preparara uma surpresinha para eles.

Mas, ele, ele só tinha um Redutor Sonoro e algumas notas musicais para se defender de caras disciplinados na tática: A ignorância sempre ganha no final.

Isso era assustador para ela. Seu verdadeiro medo. O resto, eram apenas pequenos pavores, tênues pesadelos, comparados com aquele horror que sentia na alma quando pensava no que fariam com ele, quando, fatalmente o apanhassem. Jamais sobreviveria.

Ela sabia disso. Ele morreria. E lhe dava medo uma vida sem ele. Único sujeito que já conseguira amar em sua vida agitada.