AS CRÔNICAS FANTÁSTICAS DO IMPÉRIO ALMEIDA–O EXTRATOR

Mesmo amedrontada, uma luz estalou em sua cabeça. Sabia porque estava ali. Queriam os dados. Seu plano. O que fizera para os Rebeldes. Não conseguiram acesso a eles. Nunca nessa vida.

Extrairiam dela, sabia. De sua própria mente. Era inevitável.

Aquilo, o interrogatório, era apenas uma preliminar, tortura mental.

Depois, o cérebro devidamente confuso e fatigado, viria a extração. Tentariam hackear sua mente. Imaginou o que iriam enfrentar e não conseguiu evitar.

Riu. Chorou de rir. Na verdade, dobrou-se de tanto gargalhar. A não mais poder.

Um agente vestindo o uniforme colante de um extrator neural entrou na sala sentou-se diante dela. Sorriu.

--- Linda e gostosa. Pena que é louca...

Mariana riu mais ainda:

“Não,imbecil. Sou algo que você nunca viu. Uma alucinada lúcida. Um instrumento de precisão quântica. Você não pode nem imaginar...”

Mas o extrator apenas sorriu enquanto ela ria. Entrou na sala de interrogatório e sentou-se ao lado dela. Largou a seringa sobre a mesa. Enfiou uma mão por dentro da braguilha e, com a outra alcançou as coxas de Mariana. Acariciou-se enquanto a tocava. Seu corpo estremeceu quando terminou.

--- Por hoje, estou satisfeito. Amanhã veremos.

Levantou-se, piscou para ela e foi embora.