AS CRÔNICAS FANTÁSTICAS DO IMPÉRIO ALMEIDA–REENCONTRO

 
Mariana sorriu quando tomou posse dos nanobots. Uma alegria escura a surpreendeu quando pensou no que iria fazer com o extrator. Ia ser divertido.
Agora coordenava milhares dos nanobots extratores. Cada um com um pedacinho de um nanofragmento de sua consciência.
Mandou-os para boca. E assoprou-os de volta ao extrator com um sussurro.
--- Deixe-me ir.
Os bots penetraram pelas órbitas dos olhos do extrator. Em momentos estavam em seu cérebro. Fragmentos de Mariana com eles.
Hackeou a mente do extrator. Agora podia ver sua interface de comando. Moveu as mãos do extrator rumo ao teclado. Digitou um comando.
As algemas de holografia sólida sumiram de seus pulsos e tornozelos.
Estava livre.
Deu um passo a frente, ao mesmo tempo em que, na mente do extrator digitava o código para abrir a porta da sala de interrogatório rumo a saída da Prisão Tática Terrestre, e a liberdade.
A porta abriu-se
Mariana deu de cara com um velho numa cadeiras de rodas com mais comandos do que uma nave espacial. Mariana o conhecia.
--- Dr. A. – Era Afonso Soares Almeida, antigo conhecido de seus pais. O velho babava por ela, o tarado. E conhecia música e literatura clássica como raros naquela época.
Mas o que diabos o homem estava neste buraco de cachorro dos infernos?
   
--- A garota vem comigo, extrator – disse o velho enquanto apontava para o homem uma pistola de disrupção atômica - Seu trabalho por aqui terminou.
--- Deixe comigo, Dr. A. Tenho contas a acertar com este cara. – disse Mariana, enquanto voltava sua atenção para o extrator. Na mente do sujeito, acionava o mecanismo de auto destruição cerebral implantado nos nanobots. “Fritem”, pensou.
Os olhos do extrator derreteram-se enquanto milhares de bots destruíam-se em descargas neurais de bioeletrecidade.
O extrator caiu. O corpo sacudiu-se inteiro. O sangue vazava de todas as suas cavidades cranianas, olhos, ouvidos, boca e nariz, quando, finalmente os estertores finais de sua morte terminaram diante dos olhos atônitos do velho.
Mariana voltou-se para o velho Ele observava atentamente as imensas poças de sangue que se formavam sob o cadáver do extrator. Sorriu para o velho.
--- Vamos, Dr. A. Agora sou inteiramente sua.