AS CRÔNICAS FANTÁSTICAS DO IMPÉRIO ALMEIDA–POR DENTRO DA CABEÇA DE MARIANA
Alguns meses depois…
O amor foi um anjo com asas de harpia. Ou de besouro, tanto faz. Tive que o enterrar. Sem jamais ver o seu corpo. Mas que importa, tenho tudo o que ele mais amava, o sentido de sua vida em minhas mãos. Este estranho instrumento do planeta Plutão. O Redutor Sonoro. Dois mecanismos sintetizadores para duas cordas vibrando em dooplers sinestésicos. Simples, belo, sincero, puro. Nâif.
Ele deixou montes de composições, versos, palavras, um amontoado de caos em sua composer de cristal líquido. Organizei-as. Fiz delas, um único remix. Um réquiem alegre, como quem relembra um amigo querido que partiu com um brinde no seu bar preferido.
Partiu para uma longa viagem e nunca mais voltou...
Ele amaria uma coisa dessas.
E a música estourou nas paradas. Seu nome virou sucesso da noite pro dia.
Meu luto, excesso.
Nunca fui muito boa nessa coisa de ficar contida, pra mim dor não é só choro, é atitude. Sofri, a dor, uma lâmina fria no fundo do ventre, sempre dizendo oi com uma torção da faca. Ignorei-a.
Empanturrei-me de ação.
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Mande fumo pro Curupira