AS CRÔNICAS FANTÁSTICAS DO IMPÉRIO ALMEIDA–MORTE EM VIDA II

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Não fosse a segunda diretriz, apontaria o disruptor atômico para o próprio peito e atiraria. Desejei a morte.

Mas havia um plano a seguir.

Enquanto me esbofeteava para valer, falei que era um presente.

Ela não quis nem saber. Plá, Plá, Plá. Chuva de bofetadas. Estava puta. Tive que lhe gritar uma mentira deslavadamente interpretada. Falar o que ela queria ouvir.

--- Tive recursos mais que suficientes para tomar posse do material desse artista. Achava-o excelente, Mariana. Não queria te ofender. Apenas lhe dar um presente. Em minha opinião, nada mais justo do que você ficar com o material de seu amado. Mil perdões se fui grosseiro.

E lhe estendi a tela de cristal sólido manipulável, onde compunha e armazenava as partituras de minhas baladas etéricas. Dei-lhe também o redutor sonoro, voltei-me e fui embora. Dei-lhe tudo o que restava de minha juventude interrompida.

Ela me deteve. Deu-me um beijo suave na boca. Ela sempre o fazia quando aceitava algo que a agradava. Selinho, puro agradecimento, mas um beijo de Mariana, sua carne por um segundo contra a minha...

Foi o que bastou. Uma excitação percorreu meu cérebro, chegou a virilha, desceu agradavelmente. Um agudo tesão.

Mas se minha sexualidade era jovem, meu corpo não. O tesão dissipou-se antes de chegar ao seu destino final. A decrepitude de meu atual corpo o expulsou.

Estava irremediavelmente impotente.

Não gostei nada da novidade. Fiquei furioso. A conexão neural com a cadeira de rodas ficou comprometida.

A consciência almeida interviu “A ira é prejudicial para o bom funcionamento do sistema. O Império Almeida dispensa seus sentimentos pessoais. Prossiga com as negociações, voluntário.”

A desgraçada tinha razão. Havia tempo para a raiva. Agora o negócio era segurar Mariana. Oferecer-lhe a saída ideal para nós três.

Ela, O Império Almeida e eu. Quem ia se lascar era Musk II. Pensando nisso, segurei sua mão de sopetão.

--- Tenho um negócio para lhe propor. Sei de seus problemas com Musk II. Sei que é Rebelde – parei para ver sua reação. Chocada, mas atenta. Soltei a sua mão. Prossegui com a negociação.

--- Caminhe comigo, querida... cyber-attacks-ahead-text-vintage-businessman-kissing-machine-77065256


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