AS CRÔNICAS FANTÁSTICAS DO IMPÉRIO ALMEIDA III–A FÚRIA DE MARK I

Mark I estava furioso. Um metacódico alfaoctaedrico 2D fruto de uma mente inesperadamente inteligente, um momento jocoso de uma criatura alíenigena além de seus conhecimentos. E bum. O vampiro, que estava destinado, junto com o cérebro que, não percebera, julgava encarcerado no aquário de neocristal de Murano a ser seu laboratório particular de pesquisas quânticas avançadas desaparecera da existência cósmica para sempre.

Fim ao Infinito pra uma criatura que julvava ser fonte infinita de energia.

Achava injusto. Questionava-se – na verdade queria fazer isso – se não deveria interceder para corrigir tal erro. Decifrar o código, revertê-lo, voltar para 2049 e usá-lo em conjunto com os códigos de Mariana para ataques em diversos pontos de espaço-tempo físico e psicológico.

Pois sua mente estava abalada pelo salto quântico rumo ao futuro promovido pelo Evento Singular das múltiplas forças quânticas simultâneas agindo em uma realidade apenas.

Teria que procurar um outra saída. Esse Cosmos era muito pouco para conter tantas consciências expandidas. Colisões desastrosas como a que acabara de ocorrer seriam a regra, caso guerra psiônica quântica houvesse.

Foi quando decidiu que voltar para o passado era tolice.

Muitos imprevistos no fluxo. Se antes esperara passivamente, tudo correndo conforme planejado, agora sua consciência movia-se sacudida por constantes bombardeios de sub-partículas desconhecidas.

Caso humano, sentiria medo ou ciúme do poder conjunto das forças envolvidas, sendo ele mesmo apenas um fragmento delas.

Como não mais o era, sentia raiva, e frustração.

Agora era necessário meios mais concretos e diretos para atingir o seu alvo. L.A.R, planeta que, agora sabia, era o refúgio de um inimigo muito mais terrível que Musk II fora um dia.

Mas flutuar pelo continuum espaço-tempo, teletransportar-se e hackear mentes através de Martinium haviam o enfraquecido.

Estava deixando suas emoções aflorarem e tornar tudo mais estranho, pois neutrinos brilhavam à sua volta, prestes a explodir.

Precisaria reiniciar seus sistemas emocionais e mentais.

Sua fúria e o riso do errante dobravam todo o espaço tempo, que parecia flutuar, a matéria expandia-se como se tentando acompanhar o ritmo do universo em expansão.

Mariana, alerta, gritou para Tainá.

--- Encante esse sintozoide agora, Tainá. Não perca tempo. Temos que concertar essa merda. Prá ontem, menina.