AS CRÔNICAS FANTÁSTICAS DO IMPÉRIO ALMEIDA III–EM TRANSES DE D.M.T.

DMT

E perder Cacau, justo ela, a quem Tainá pessoalmente recrutara e que sabia, jamais trairia a Rebelião como tanto acusavam-na. Fora coagida por um ser mais inumano e cruel do que o que acabara de conhecer.

Mas e quanto a esse outro, esse tal de Mark I que acabara de conhecer? Quando ele interveio e salvou o Primeiro Piloto e a garota que abortara aquela criatura sofredora e horrível, pobrezinha. Nesse momento, Tainá reconheceu o padrão energético em que operava.

Era o mesmo que sentira antes, aqui mesmo no Náutilus e na Batalha de Titânia, quando abrira uma ponte Einstein Rose que a conduzira à Marte.

Ciência não era a dela, não sabia de onde viera tamanha energia, até ver o sintozoide.

Precisava conhece-los melhor.

Respirou fundo, alcançou sua bolsa, retirou uma dose inalatória de DMT.

Inspirou-a.

Sua intuição alongou-se e fluiu para dez universos diferentes e contraiu-se sobre si mesma em origamis impossíveis.

Viu Mariana e o ser assombroso. Mariana queria agir. Resgatar o que ela chamara de corpo do Dr. A. Viu um corpo velho e sem vida dentro de uma cadeira de rodas, como uma armadura em comandos de caças a jato espaciais.

O sintozoide, indígo em luzes frias que possuíam apenas uma centelha de vermelho numa concha sólida de metal inteligente, cuja simbiose, dava-lhe consciência cósmica.

Ele dizia que Almeida era carta fora do baralho. E Tainá pôde ver que realmente era. Baixa de guerra, vítima, dano colateral aceitável.

Mas a garota,Mariana ex-aristocrata e muskniana ainda por cima, a tal Olenski, o passado dela estava sendo projetado na mente de Tainá enquanto a investigava.

Ela chorara e batera no peito do inumano. Gritara. Estava desesperada.

Dilacerada por dentro, a outrora Oráculo da Rebelião não pareceu nem um pouco digna de confiança para Tainá.

Mas Mark I, havia decidido que era mais seguro esperar, ver o que ia acontecer do que ir, fazer e se ferrar. E que ela precisava de cuidados que só Tainá poderia dispensar.

Quê!? “Eu estou é fora, filhote...” pensou Tainá. Mas continuou na escuta.

Ele dizia que todos deveriam reunir forças, planejar...

Foi quando, assustada, percebeu que Mark I dava conta de sua presença, um olho anímico projetado para fora de seu corpo.

O olho abrira sucessivos buracos de minhocas em sucessivos e instântenos desdobramentos warp do epaço-tempo para alcança-la na dimensão mística onde se encontrava.

Tainá, mesmo com todo seu conhecimento, nunca vira aquilo mesmo quando em transes de ayihuasca.

Foi obrigada a voltar para o corpo físico. Sentiu a forte ânsia da purga.

Não ficou intimidada. Reagiu a purga. Recuperou o autodomínio. Encarou o estranho olho espiritual.

DMT EYE

--- Mas que porra é essa – retrucou para Mark 1.

pict_dmt_reports

Comentários

Postagens mais visitadas