AS CRÔNICAS FANTÁSTICAS DO IMÉRIO ALMEIDA III–O CORTEJO DE MUSK II

---------- NETUNO – QG DA DARK WEB SIDERALIS

Millius observava a facilidade com que as patas de caranguejeira implantadas via nanochips e tecido orgânico de seu projetinho de estimação, o Caranguejeira Negra, desenterravam o corpo de Musk II.

Vira o enterro, pois drones menores que insetos assolavam o cosmos em busca de informações altamente confidenciais e poderosas que retransmitiam em tempo real para os monitores da organização secreta.

Tecnicamente eles existiam para monitorar o progresso da evolução humana. Mas agora, bem, Millius sorriu.

Agora desenhava-se um cenário que esperara a vida inteira. Ação. Manipulação. Um passo e meio para frente na escala evolutiva.

Isso ou a extinção.

Não dava mais para ficar encima do muro.

O Primeiro Conselheiro sabia, lá no fundo que agora o negócio era outro.

Dera-lhe carta branca. Torcera o nariz com o plano, mas topou, o sacana lava-mãos.

O cortejo de Musk II foi televisionado e bateu recordes de audiência.

Ele fez questão, em testamento de torrar o mais que pode e pediu que se alguém quisesse segui-lo para a vida eterna, era só participar das festividades de sua morte. Louco.

Mas as pessoas levaram seu convite a sério. Orgias, sangue e ethanopium rolaram soltos nas ruas da capital.

Porém, ao chegar à Krypta Musk, um grande cubo em forma de tesseract, que detectou o Martinium de sua prótese e, imediatamente abriu suas portas arcanas, não sobrou ninguém.

Todos fugiram.

Exceto o coveiro androide com um antiquada pá analógica elétrica.

Que, ao final, o corpo já enterrado dentro das estranhas energias que emanavam do Tesseract e que deixavam seus sensores malucos, fez o sinal da cruz com uma expressão de horror inumano, suspirou e abanou a fita o mais rápido que pode.