AS CRÔNICAS FANTÁSTICAS DO IMPÉRIO ALMEIDA III–POR DENTRO DA CUCA DE WOODY PEREIRA

Trapped-Inside

Quem neste meio tempo estava feliz como pinto no lixo era o Dr. A. Sentia-se pleno, pois a violência, este verdadeiro balé de sangrento extâse, era um substituto mais que satisfatório para o sexo que tanto sonhava fazer com Mariana.

Considerava-a algo superado. Apenas mais uma dessas coisas que não se podia ter nessa vida.

E agora, finalmente, ouvira na mídia, haviam detido e mandado para um Inferno Sideral feito por encomenda para terroristas de falsa bandeira, como era o ex-vice-presidente ensandecido da insana República Sideral Brasileira.

Que entrava, pensava o velho sacana em épocas de eleições.

Nunca conseguiria entrar num acordo com a consciência simbiótica de Pereira que dividia na unimente consciente nanocibernética que construíra no marca passos Prantos.

Juntos, Almeida e Pereira satisfaziam-se em carne, sangue, grana e violência. Gozos mil para o velho, mas o jovem ex-neurastécnico era um sujeito naturalmente bom e sofria a cada golpe de lâmina. Lutava para reprimir seu lado irascível, que retroalimentava o link mental onde Almeida assumia o comando remoto. Então Woody via-se flutuando enquanto seu corpo dilacerava bandidos pobre-coitados, parte do treinamento imposto por Pink para o dia em que enfrentassem o Judeu Errante.

Depois sexo. Muito sexo. As vezes banhados de sangue. Ardente. Quantas vezes não berrara de desespero no vórtice famélico de sua Virago onde nadava sua consciência e esperma, ao ver-se rindo, não sua risada, mas a do velho, lúbrica safada, cavernosa.

Fisherman's wife's dream_0

Em pleno orgasmo.

E Pink, claro, amava-o.

Estava claro para Woody que ela o amava. Não a ele, mas a seu corpo comandado pela Consciência Almeida.

No começo fora mais fácil. A consciência Almeida agira como se fosse um amigo invisível, aconselhando, guiando, protegendo. Um verdadeiro anjo da guarda cibernético.

Woody, seguindo os conselhos de Almeida, investiu corretamente suas economias comprando as start-ups certas que pululavam como pulgas no mercado.

Todas eram fragmentos do Império de Musk e foram para a frentes, rendendo uma boa grana para o neurastécnico operado por Almeida.

Porém, quando a energia do sistema retroalimentador estabilizou o servidor instalado em seu Marca-Passos, tudo mudou.

Almeida não precisava mais do aquário de neo cristal de Murano para sobreviver.

Tinha tudo o que precisava bem alí, no coração de Woody Pereira.

Anjo da Guarda uma ova, pensava agora Woodyk, no espaço indefinível onde se encontrava, fora manipulado. E concordara com isso. Desde o começo.

Quem não concordaria? Ele sentira-se feliz, agia com uma segurança que nunca antes da “simbiose” com essa consciência muito mais matreira que a dele.

Antes dado ao isolamento, contou com a parceria de Almeida para fazer conexões, mas agora sabia que tais conexões, apenas pessoas que, de uma forma ou de outra atuavam nos mercados negros de códigos de informação em blockhain sub-etéricas, essas pessoas o mimaram na exata proporção que enxergavam o quanto renderia seu bolso.

Vira isso de longe, de maneira estranha, pois, nestes instantes cruciais de toda a negociação, Almeida dominava-o, toda a comunicação neural do coração com o cérebro era revertida em sinais que o velho usava para comandá-lo.

E, mesmo pairando ao longe de si, Woody não deixava de admirar a habilidade do velho na arte de negociar.

Grana, agora sabia, Almeida usara-o, iludira-o, fizera-o pensar que tais pessoas podiam nutrir sentimentos como amizade e respeito. Bah. Bobagem. Queriam apenas rendimentos. Ele era apenas um corpo intermediário iludindo-se com drinks, sempre com Pink amando tudo aquilo.

A grana, os contratos, os negócios.

E ele, finalmente pudera experimentar os prazeres do sexo com a pessoa que mais desejava. Pink Ribeiro esgotou-o. E quis mais. E mais. Até o seu total esgotamento foi sempre mais. E no mais final, ele simplesmente apagou.

E o velho Almeida continuou.

E não parou mais.

Almeida começou a inserir sinais de inserção e extração de dados do cérebro do pobre neurastécnico. Não foi difícil desenvolver um trojan biolétrico e inseri-lo na corrente nervosa de Woody Pereira.

Que agora, raramente comandava o próprio corpo.

E Pink passou a adorar a combinação da força física de Woody e a imoralidade de Almeida.

Mas principalmente as noites de violência que os dois curtiam. Sangue e morte. E Woody, apenas uma abstração consciente, matar-se-ia, caso pudesse ver-se, nessas macabras luas de horror e sadismo explícito.

Bloody-trump-real-color

Comentários

Postagens mais visitadas