OS AMORES CRIMINOSOS–O LASER DE AJAX

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Do outro lado da rua, Ajax captava toda a ação com seus sensores cibernéticos de última geração. Sabia da morte de seu mestre. Mas o que era a vida para um androide senão um composto complexo de carbono? As ordens continuavam valendo.
E lá dentro, a única pessoa que sabia disso, das ordens de Ajax, matar quem sentasse à frente da cadeira do ex-vice-presidente, era Peter. Embora no momento estivesse ocupado demais com a loucura de Sergio para lembrar-se da informação.
--- Quem é você, porra?
--- Sou você ao contrário, não sacou ainda?
--- Peter, ele é um tira!
Sergio dá um murro em Julia. Julia morde a mão de Sergio. Peter atira. Erra.
Sergio dá uma gravata em Júlia, aponta a arma para a cabeça dela.
--- 2012, assassino. Massacre do Parque Itambi, tá lembrado, a família na linha de fogo? Bingo, babaca!Essa puta é tua família, né? Gosta dela, né, café-pequeno? Vou comer ela todinha e tu vai ficar quietinho olhando.
Nesse momento o scanner de Ajax entrou em ação. O brilho durou menos que um segundo fora do campo de visão de Sergio e Julia. Foi neste momento que Peter lembrou-se da ordem do robô. Matar quem estivesse sentado na frente do vice e teve uma ideia maluca. Mas, numa situação maluca, quanto mais doido melhor.
--- Cara, tudo bem... Sei lá se tu consegue me matar, pode tentar, ok... Mas primeiro vai lá nessa de voyer aí, figura. A Júlia sabe te deixar louco no lance da cadeira. Senta aí, Julia –
Peter aponta a cadeira certa para Julia e levanta a sobrancelha, um gesto intimo que ela conhecia, gostava, tentava fazer e não conseguia. Um gesto que dizia à garota que ele tinha um plano, que confiasse nele. “Porra, Peter, como se eu pudesse fazer outra coisa, toda fudida que estou”, ela chegou a pensar antes de se sentar.
--- Aposto 1000 contos que você não consegue sentar nessa cadeira aí na frente dela e aguentar ficar um minuto sem se mexer com ela rebolando na sua frente – Peter gritou para Sergio.
--- AHAHAHAHAHAHA. Dinheiro, rebolado, ok. Mas se eu ficar quieto, não quero grana, quero ver você fazer o que ia fazer com o vice presidente. Roleta russa cara. Nela. Na Julia, falou.
“Como se tivesse opção...”
--- Beleza. Combinado. Senão mil contos prá mim, figura. Agora vai lá, quero ver se tu guenta....
Sergio senta-se na frente de Julia. Ela suspira e transpira, mas começa a se mexer desajeitadamente, lenta e languidamente devido as pancadas de Sergio. O detetive engole em seco.
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Neste instante o scanner de Ajax entra em ação novamente. Logo após o laser é acionado. Mas Sérgio, assustara-se com o scanner e pulara para trás, o laser atingindo de raspão sua perna.
A parede do fundo do bar explode. O laser fica cruzando o bar, destruindo tudo ao redor. Garrafas explodem, o álcool pega fogo. O bar incendeia-se rapidamente.
Sergio levanta-se, vai fugir. Peter corre atrás dele, desviando-se da trajetória do laser. Mergulha em suas pernas, derruba-o. Enfia o dedo na ferida causada pelo laser. Sergio urra de dor. Sua perna encontra o queixo de Peter. Ele amolece e larga a perna de Sergio. Afasta-se do detetive, saca a faca. Avança. Mas o laser interpõe-se entre os dois.
Ambos desviam-se do raio fatal, Peter gira e arrisca um arremesso de faca, a ponta resvala no ombro de Sergio, ele rola pelo chão, leva a mão a canela.
“Arma reserva” – saca Peter e pula para trás de uma mesa que recebe três tiros. Peter atira por cima da mesa, um, dois tiros, clique. Arma descarregada.
Sergio corre para liquida-lo. Peter arranca a perna da mesa, usa-a como bastão e dá uma porrada na cabeça do detetive. O laser avança na direção deles novamente. Peter pula. O laser passa sobre o detetive desacordado.
Peter vai até onde está o controle de Ajax. Não entende porra nenhuma. Aperta todos os botões. Nada. Então apela. Levanta o fundo falso do bar. Tira de lá um lança misséis russos. Mira no brilho de origem do Laser do outro lado da rua. Atira.
O laser para. Ajax explode. Bem como o posto de gasolina por trás dele.
O choque da explosão lança Peter e Julia para fora do bar. Apagam por um momento. Depois, juntam forças, levantam-se. Peter arromba um carro. Faz ligação direta.
As sirenes estão se aproximando rapidamente quando eles desaparecem para longe da claridade aterradora das explosões e desaparecem sob o manto da noite.
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