AS CRÔNICAS FANTÁSTICAS DO IMPERIO ALMEIDA–O DESPERTAR DO DR. A.

Down in Cyberspace 01
A escuridão é morna e acolhedora. Alessandro não sente nada lá. Mas de repente tudo explode a sua volta. Dados matemáticos, livros contábeis, transações, rotas financeiras, mandalas de bufunfa entrando em sua cabeça como lufadas violentas de ar. Ele perde o fôlego, então percebe que não há ar para respirar. E começa a gostar das imagens.... Os cálculos brilhantes, os sinais algoritimicos e criptografados de uma operação titânica. O Império Almeida diante de seus olhos.
Mas tudo fica desconexo e ele começa a sentir-se desconfortável por não estabelecer ligações. E começa a reparar que está em um lugar impossível de definir, nem vivo nem morto, mas flutuando em traços, uma equação de química orgânica, um complexo de carbono consciente flutuando em meio às luzes e mistérios do paraíso.
E todas as equações financeiras são constelações que penetram em seus olhos imateriais.
--- Anetesista, movimento dos olhos. Analisar opiáceos, por favor.
--- Mais 5 mg de ópiumtetradoxinado, doutor.
O médico hesita, instrumento na mão:
--- Ele vai ver tudo, não vai?
--- Como num sonho, doutor. Apenas um sonho para ele...
A operação continua.
O paciente sonha. Um cara com camisa e blazer de couro, meio anjo meio louco lhe sorri.
--- Musk!? Elon Musk!?
--- Segundo, caro, segundo. Um clone sem alma vindo do futuro, especificamente de 2047 2047 - SOB O DOMÍNIO DE ELON MUSK II para lhe propor poder, prazer e sair desta situação dolorosa que lhe está reservada... Invejável a iniciativa de seu pai, que total ausência de moral fantástica. Sublime. Mas posso esperar para cumprimentar o velho Afonso pessoalmente. Vim por você, Alessandro. Pobre jovem, quantos anos, ah, 25, idade de pouca memória, por isso, leve meu conselho, se quiser ter algum prazer sexual durante os próximos 60 anos nesta maldição que lhe foi reservada, ou caso prefira soluções mais extremas, radicais, ou até mesmo, porque não, violentas, lembre-se de mim. Posso lhe propor qualquer uma, ou todas....
Musk II inclina-se por sobre Alessandro e lhe sopra nanorobôs médicos de efeito temporário.
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As visões voltam com toda a força, mas outras imagens bem diferentes. Seios e sexo explícito, sangue, sexo mais explícito, barras de fisioterapia, risos, rugas, o sexo murchando e desaparecendo, a impotência, os anos, décadas... Tudo rolando na espiral violenta do tempo, como se um deus risse na sua cara.....
--- Elon Musk II , as suas ordens.... Até nosso próximo encontro, caro. Bye. E lá se foi o anjo insano, deixando seu sorriso esvanecer junto com a consciência de Alessandro.
MUSK SORRINDO
Quando Alessandro acorda, não sente seu corpo. Não sente a si mesmo. É outro, sabe de cara, já ao primeiro piscar de olhos. Olha para seus braços. Enfaixados. Todo ele enfaixado e imobilizado. “A Cirurgia, a maldita cirurgia!!!!”. Seus olhos desatam a correr de um lado para o outro buscando algo que o distraia da palavra e de seu terrível significado. O quarto, um quadrado de metal esterilizado que lhe parece alumínio. Seus olhos se movimentam pelas paredes. Não há nada, apenas a entrada de ar. E muitos, muitos equipamentos garantindo sua vida. Coisas que ele nunca tinha visto antes, tenta focar sua mente para saber que tecnologia estão usando nele, mas é inútil. Então, dá-se conta que é o primeiro de uma nova técnica, a que seu pai lhe mostrou pouco antes de lhe trair, a que fora agora submetido. Sim fora envelhecido, mas fora melhorado.
Comercialmente bastava jogar fora a “cirurgia” e vender os ugprades biohackers nele implantados, uai. Ele tava aí par testar a porra toda, não estava. E podia funcionar, a roda da fortuna girar, a grana entrar... e múltiplas possibilidades explodem em sua cabeça. Planos, desenhos, cálculos, possibilidades.
Mais poder para o Império. Poder por Mérito, por ousar, por não temer, por ser a própria cobaia do seu produto, cacete.
E o primeiro sucesso seria ele, Alessandro. O fruto de uma técnica cirúrgica plástica altamente experimental e funcional. Pronta para o mercado. Mais poder para o Império.
O Império. E os olhos de Alessandro brilharam. Pois, mesmo sabendo que nunca seria jovem de novo, o poder lhe abria suas pernas perfumadas de par em par. E de imediato soube que a glória beijava tanto jovens quanto velhos. E que a Fortuna era uma deusa volúvel e corrupta, escondendo suas rugas deformadas sob quilos de pesada maquiagem.
E como Afonso, que fácil. Mamão com açúcar. Para não rir sozinho, brincou com o enfermeiro que acabara de entrar para checar seus sinais:
--- Fortuna e loucura serão doentes por mim, meu jovem. Tem algo prá dormir aí?
--- Como Dr. A? – e depois, para o rádio – Doutor, ele acordou.
Pouco tempo depois uma equipe médica está retirando suas ataduras. Então soube que ficou fora do ar durante semanas.
--- Boa tarde Dr. A. Será chamado assim doravante para evitar confusões com o antigo doutor A. O senhor está muito bem para quem ficou inconsciente durante semanas. O tempo certo para tirarmos essas faixas. Agora vamos aos dados: o senhor tem 75 anos implantados em seu corpo, tem um biochip nanotecnologico cibernético implantado no cérebro com conexão aos computadores centrais Almeida, ossos foram reduzidos mas revestidos de metal orgânico a base de carbono. Sua força e resistência são muito superiores a de homens comuns, mas precisam ser testadas e submetidos a intensas sessões de fisioterapia e treinamento para funcionar, caso funcione, e a reunião entre o grupo britânico de aplicativos de automóveis e os agentes alemães de taxis governamentais começa em uma hora, senhor. Café?
--- ?.
--- O senhor sofreu um acidente nos alpes, está todo enfaixado e não quer perder tempo em hospitais, quando pode ser melhor atendido em casa, entendeu sua desculpa, senhor?
--- Sim.
--- Então vamos enfrentar as feras. O senhor está desaparecido há um mês, nossos canais de relações públicas estão esgotados. Não podemos mais esperar. Os acionistas precisam ouvir o senhor.
Alessandro, sorriu. Olhou melhor a “médica”. Ciência pura, pois sim. Rá, rá. Tesão concentrado, uma delícia de assessora, era o que a mulher era. Mas se houve a percepção sexual, não houve reação nenhuma de seu membro. Quando percebeu que a sensação de atração existia, mas a reação em seu sexo não se produzia, Alessandro ficou com o cu na mão. O Imperio Almeida era dele, mas jamais poderia levar a medica gostosa para a cama.
Tentou agarrou a medica. Não tinha forças. Sem tesão. Ela sorriu.
---Dr. A..... Tem gente esperando o senhor...
E foi empurrado para um estúdio de talk show sem querer e todo enfaixado. Quebrou três canecas de café em cadeia nacional, mas sem nunca deixar de sorrir, os dentes inteiros, apesar de velhos, os olhos brilhando do que o entrevistador classificou como vida.
Mas Alessandro sabia que a vida, sem sexo e muito menos amor, resumia-se em ódio, violência e guerra. Os frutos de seu amor pelo Império Almeida.
Então lembrou-se de um sorriso, um rosto, algo angelical e doente que vinha junto com imagens cheias de energia e violência.
--- Musk! Elon Musk II!
Imediatamente nanorobôs invadem o córtex cerebral de Alessandro.Estimulam as células mais primais que encontram. Uma explosão de eletricidade cega momentâneamente Alessandro. Dentro dele algo,novo e com a força de uma besta selvagem sorri.
Mas as lágrimas que escorrem de seu rosto são de tristeza mesmo...
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