AMORES CRIMINOSOS–DUELO DE ASSASSINOS PROFISSIONAIS

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Reconheci-o de imediato. Um como eu. Assassino. Da mesma organização. Bastou olhar pro cara. Tudo estava falado. Mas fui até ele. Cortesia profissional ainda era algo que valorizava. Caminhamos juntos até um espaço deserto, entramos num terreno baldio.
--- E aí, carinha, vou te chamar de Erik – falei.
--- Tudo bem, Peter. Você sumiu, cara. Estão preocupados.
--- Se você diz, tenho que acreditar.
--- Me mandaram, entende.
--- Preocupados assim, é...
--- O tipo de preocupação que querem eliminar....
--- Não existe outra neste ramo. Agora?
--- Quando quiser.
Saquei o canhão, ele sacou o dele junto, não deu prá mirar, atiramos juntos, erramos. Pulamos de lado, mais tiros, senti a bala zunindo no ouvido, vi a camisa dele rasgando no braço. Levantei-me atirei e pulei para trás.
Quando fui mirar no cara, cadê? Deitei-me no chão. Arrastei-me até onde ele estava. Sangue. Acertei o braço mesmo. Sorte de quarentão. Mas feridos, ficávamos mais perigosos, ele era como eu. Cuidado, meu velho... Três balas no meu revolver. Da bota tirei a faca. Ela ia resolver o caso na boa.
Sondei o mato. Trilha de sangue. Muito óbvio. Atirei rolando de lado. A resposta veio de imediato. Achara Erik. A surpresa acabara. Avancei em sua direção abaixado e atirando uma, duas, três vezes. A arma fez clique. Vazia. Caprichei na expressão de surpresa e continuei correndo em sua direção.
Ele sentiu-se senhor da situação e saiu da toca. Avançou, ergueu o revolver e, no momento em que ia puxar o gatilho, pulei rumo ao chão, às suas pernas.
Rasguei seus tendões de aquiles com a faca. Ele desmoronou em silêncio. Sabia que seu fim chegara.
Levantei-me e olhei para ele. Mostrei a faca. Ele olhou para a sua arma. Fiz que sim com a cabeça. Fui até onde ele deixara cair sua pistola. Peguei-a, retornei. Apontei para o meio dos olhos. Disparei. Ele morreu. Revistei-o, achei sua chave, sua carteira, seu relógio.
Fui até o carro, um SUV último tipo, tirei a grana da carteira, sumi com os documentos, joguei a bicha fora. Apalpei o painei do carro por trás, achei o transponder. Com a faca arranquei o aparelho. Nada de saber onde estávamos. O tanque estava cheio. Cortesia da Máfia.
Improvisei uma bomba de gasolina com uma mangueira que achei no porta mala, espalhei combustível pelo corpo de meu camarada, toquei fogo. Deixei-o irreconhecível. Sem rastros.
Depois sentei-me no carro. Estofamento de couro, coisa fina. Típico da organização. Abri o porta luva. Tava lá a grana do suborno dos tiras, a coca de amostra, tudo o que eu e Júlia precisávamos para fazer uma grana, que havia acabado há muito. Acendi um cigarro e fiquei olhando Erik queimar. Antes ele do que eu, ri sem graça. Pois ele era o primeiro, outros viriam. Melhores. Mas tudo bem.
Ele ia pro inferno. Eu, levar minha garota pro cinema.
E depois prá Triunfo da Serra, onde o sr. Presidente faria um comício inaugurando a estação ferroviária local, importante para o transporte de grãos e commodities, sei lá o que é isso, mas tá no jornal e se tá lá é na real e no fato.
E já é hora dos jornalistas falarem do casal adorável que matou o presidente numa cidadezinha fuleira perdida no cu deste país.

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