AMORES PROIBIDOS–POR DENTRO DA CABEÇA DE JULIA

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Eu não sou uma cabeça oca. Sei o que está pensando, e é verdade. Vou com a onda. Não esquento a cabeça. E quero o presidente morto. Por diversão, sim. Mas também porque o cara me ferrou de verde e amarelo.
Era doméstica de alta classe. Na casa do cara, o presidente. Mas tinha aquele personal de natação delícia que metia com a patroa e era delícia. Dava moral que só. E eu não sou de ficar na vontade, não, meu filho. Me flagrarem nua com o treinador de natação da patroa na piscina. Eu, a empregada do presidente. Mandada embora por isso, e nem dei pro cara, que comia o rabo da patroa e me queria. Ela, nem tchum, só chamou um novo, mais gostoso e mais jovem, ele, o presidente, me cobiçou – tarde demais, meu chapa, sua mulher já se ligou, agora nunca mais.
E fui demitida.
Eu, criada que fui naquela casa, desde os 13, sem pai nem mãe, trabalhando sem parar no polimento da prataria, na comida frescorenta, na roupa que tinha que parecer mais nova que roupa nova, na privada sempre brilhante, tinha que fazer da casa um anúncio de comercial, perfeita.
Trabalho duro, a verdadeira história. Criada safada do presidente, sim, aqui, sou eu. Mas a esposa é mais, que eu sei. Mas ele nem liga. Chantageia os caras que tem culpa no cartório, faz acordo com quem não tem, mas deixa ela dar a torto e a direito. Pra amigo e inimigo. Parte dos negócios, acho....
Eu só tirei a roupa pro treinador de natação e veja onde fui parar....
Então, como dizia minha professora de redação, reveja suas premissas.
Porque, eu sei o que sou. Puta, bandida, má e sangue bom. E também sei o que quero. Matar o filho da puta que me tirou da casa onde cresci.
Onde você acha que fui parar, cara? Na rua, claro, óbvio. Preciso contar o resto da história? Sacanear coitados como o meu matador amado era carne de vaca. Cotidiano. Programa de puta, essa coisa certinha, de dar e receber, bonitinho, começou a ficar sem graça.
Não tinha diferença se era pau preto ou branco, entende. Tudo entrava, tudo saía, nada era gostoso. E era, acredite em mim. Eu gosto de trepar. E se, mesmo se o cara for baunilhinha, normalzinho, eu gostar dele, podiscrê, a noite desse sortudo vai ser inesquecível.
Porque gosto de gente que gosta de dar prazer. E são poucos. Tão raros, que as vezes paro e pergunto prá Deus se o mundo não seria melhor com gente que se importasse mais com o tesão dos outros.
Foi isso que salvou Peter, meu matador.
Ele é feito de uma luz laranja quente e acolhedora, toda ela reluzente de tesão. E os borrifos de sangue que vejo nele, quando seus olhos ficam contrariados me derretem.
Então veja você, fico pensando como ficaria vendo aqueles olhos enquanto ele aperta o gatilho para estourar a cabeça do filho da puta que me fodeu a vida.....
E acabo ficando molhadinha....
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