AMORES CRIMINOSOS–ATENTADO AO PRESIDENTE–FINAL



image
Julia sempre dormia quando nervosa. Sua defesa. Desligava a mente e acordava pronta prá tudo. Claro que ia estar nervosa agora. Então dormiu, segura que iria estar preparada quando chegasse a hora.
Mas não foi o que aconteceu. Soou o segundo tiro. Ela acordou. E deu de cara com Peter trazendo um homem ferido no braço.
---- Refém – foi logo gritando.
---- Que porra é esta, Peter?
---- Acertei o SEU cara, mas levaram pro hospital. Foram rápidos, me localizaram e me cercaram num piscar de olhos. Atirei neste aqui e peguei de refém. Vai logo, Julia acelera essa porra, tira a gente daqui!
Ela acelerou, ele virou-se. Carros pretos com sirenes azuis o perseguiam. Peter atirou até a arma ficar vazia. Enfiou a mão embaixo do banco, pegou o rifle de calibre pesado. Encaixou-o sob o olho. Atirou. Um carro explodiu. Os outros pararam.
--- Isso deve nos dar um tempo, baby, ele diz.
--- Tá! E esse aí, o que a gente faz com ele?
Julia nem olha para o passageiro. Está puta da vida. Não tem certeza que seu inimigo morreu e ainda dá carona para um refém agora inútil e que está sangrando na sua bolsa predileta.
--- Tive que pegar, amor. Senão não saia dali.
Júlia vira-se de repente para o carona.
--- Cara, qual a cor dos meus olhos.
--- Azuis – o refém diz em choque.
É o suficiente. Júlia saca sua pistola e atira três vezes no peito do sujeito.
--- Você sabe demais, meu chapa.
Peter larga o cadáver o olha para Julia. Dá de ombros, abre a porta, o corpo cai na estrada. Eles prosseguem a milhão.
Mais tarde viram na TV que o estado do presidente é grave, que acharam o refém morto na estrada e assistiram as testemunhas falarem sobre o episódio.
--- Foi tudo muito rápido. Bam! O presidente caído. Bam! Tiro pra cima. Eu saí correndo. Bam! Um cara ferido vira refém. O cara correndo com um sujeito, os dois eram meio parecidos, sabe, nem vi quem era quem... muito rápido... Se vou testemunhar... Não, não poderia ter certeza.
E eles não puderam deixar de gargalhar. A fortuna e a sorte os favorecia.
Ninguém tinha certeza de porra nenhuma. Ninguém na TV sabia de nada. Ninguém. Quando a reportagem acabou olharam-se cúmplices. A sorte sorrira para eles, e eles retribuíram gargalhando livremente noite adentro entre um gemido e outro de amor.
image






















Comentários

Postagens mais visitadas