AMORES CRIMINOSOS–UM E-MAIL PARA O PRESIDENTE EM EXERCÍCIO, O VICE.

corrupto-diogo

--- Jú, esse vice não é coisa boa não...

--- Já te falei, nenhum deles é.

--- Mas o outro, o que apagamos, por que apagamos? Os jornais tão dizendo que preferiam ele vivo. E foi uma operação cagada, a porra mais amadora que já fiz na minha vida. E vc matou um cara. Não vem que não tem com esta historinha de diversão. Isso cheira a coisa pessoal, tá ligada...

--- Não, estou não. Não sei do que você tá falando...

--- Sabe não?

--- Não.

--- Ok.

--- Escuta, Peter, não foi legal. Concordo. É pessoal, tudo bem. O cara me avacalhou legal quando não tinha quem por mim, ok. Você pode se contentar com isto?

--- Ok, posso, beleza – abraço Julia, não aguento. Estou fazendo o durão, sisudo e calado prá ver se ela abre a torneira e diz algo. Mas isso foi o máximo.

--- O que este filho da puta aprontou agora?

--- Quem?

--- O vice, porra, quem...

--- Sei lá, não entendi, algo sobre aumentar taxas de impostos urbanos e de produtos de consumo imediato. Impostos prá lá de altos. Coisa, tá aqui escrito, que o outro não ousaria nem tentar imaginar, apertar o cinto do povo, fazer neguinho passar fome. Tá aqui ó...

--- Não acredito em jornal, Peter...

--- Mas fizemos cagada. Temos que concertar.

--- Matando o vice? Vem outro, e depois outro e mais outro. Ainda bem que o filho da puta que vc apagou nunca mais vai vir. Sou feliz com isto.

--- Eu não. Quero conversar com esse sujeito. Dizer umas coisas que ele tem que saber. A gente deu poder pro cara, baby, a gente pode tirar...

--- Só matando, Peter. Só na bala. Para de sonhar e vem aqui, tá frio.

--- Peraí...

Eu não digo para ela, mas acho que posso concertar esta cagada no gogó. Sei lidar com corrupto. Tudo cagão. Revolver vazio, roleta russa, neguinho com o cú na mao, eu ditando as regras, aquilo que o povo quer, pronto. O país nos eixos de novo...

Por isto passei o e-mail anônimo pro endereço que tá no site do cara. Se ele não é achar que é trote, tenho certeza que vai topar um cara a cara com quem lhe deu o trono que sua bunda esquenta. Daí conversamos.

Ou tentamos nos matar.

O que é mais certo acontecer....

Mas deixa eu te mostrar o que escrevi no e-mail:

“Querido vice:

Vou te chamar só de vice. Porque a chefia aí tá no poder por causa da minha mira, firmeza. Passei ferro na boneca e o malandro do presidente não aguentou o tranco. Você vai aguentar, não vai, quebrada? Dei um tempo pra tu por a casa em ordem, mas que nada. Que porra tá rolando por aí, caralho? Quero saber por causa da galera aí que tá reclamando das tuas atitudes, sacou. Tou afins de levar uma idéia contigo de cabeção prá cabeção, falou. Firmeza ou não? Se tu for dos de saco roxo, é só aparecer lá na minha quebrada, rua tal, no bar tal, hoje a meianoite. Mesa reservada, diretoria. Só nós dois. Daí tu me conta teus planos direitinho, doutor. Só prá deixar as ideias claras entre nós. A gente tem que ter a mesma visão, figura. Porque sem mim, você não era prá ser porra nenhuma, sacou o que eu saquei. Valeu. Fui.”

Matador do Presidente

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