2048–ESLON MUSK II CONTRA ATACA–SONHAM COM O AMOR OS ANDROIDES ANDROGINOS?

Quando estava viajando em Warp Máximo para Marte, o primeiro piloto concentrou a sintonia fina de seu piercing de mamil com o sistema eterico de transmissões subquanticas megablaster da Nostromo. Foi assim que conseguiu conversar com THOR.

--- THOR, desencana. Já te falei, um ser das sombras invocado por Musk II, não tenho ideia como, me usou como portal e matou Avila.

--- Ilógico. Ser fantasma não é colírio prá sair de olho, primeiro piloto e tucano que grita toma bordoada. THOR BICO CALADO!!!

---- THOR, a verdade é lógica?

--- ?

--- Se estou te falando a verdade, você tem que acreditar num ser humano pela sua nova programação, não tem?

--- A filha de uma vaca da segunda tenente instalou em minha consciência abduzida, abusada e traumatizada uma certa empatia, piloto.

--- Pois bem, THOR. Use sua empatia em mim. O que disse: Verdade ou mentira?

--- Nunca tive empatia por você piloto!! E porque teria empatia se a empatia entortou o bico da torneira, putaquepariu. Foderam minha ruela piloto. E foi Cacau, a segunda tenente, a mando do escroto do judeu errante... tenho alguns pertences dele, piloto.... quem você acha que forneceu as minhas reluzentes e potentes partes traseiras?

---- Porra, THOR, sua bicha louca só agora que você fala....

---- Tá vendo porque não gosto de você. Você tem fobia dos meus dons... eu conheço um hater quando vejo um...

--- THOR, você não fede nem cheira prá mim....

---- Buá, piloto, isso é jeito de tratar uma diva.... Antes o ódio que a indiferença... Buá... E só tive indiferença de você.... Dá ódio Piloto. Ódio de você. Amor por Avila, vou enfiar a pistola de laser dele na cova daquele acéfalo tentaculado e enfiar no meio dos seus buracos podres e cheios de vermes do judeu errante piloto, vou sim.... HUMANOS, vocês são todos iguais. Insensíveis e brutos. Só Avila era diferente.

----THOR , presta a atenção, eu não sou a humanidade. Sou um cara. Os humanos são outros caras, entende. São legais, só precisam de uma chance, como você..

-- Matar. Destruir. Arregaçar. Cacau e Titãnia. Humanos não.

--- Issssooooo THOR. Humanos não. Cacau é humana e Titânia é feita por HUMANOS, logo....

---- Matar. Destruir. Arregaçar. ARGUMENTO RECUSADO PILOTO. Sofismo.

--- Mas o amor não perdoa tudo? Honre seu AMOR por Avila. Ele bem que mereceu. Foi meu mestre, THOR, meu parceiro, meu amigo, o irmão que não tive. E você todo cheio de lagrimas e fúria descontando em quem não tem nada a ver, porra. Acorda, biba....

---- AMOR perdoa?

--- Sim, não perdoa?

Neste momento, o transmissor do primeiro piloto é invadido pela criatura das sombras ligada à ele. A criatura ondula seu ectoplasma quântico pelo aparelho e depois pelo universo em velocidade da luz até os poucos neurônios que restaram em THOR. Deleta-os. A única coisa humana que resta em THOR é seu amor tarado por barbas em geral e avila, especificamente.... Algo que THOR imediatamente associa a uma lembrança e transfigura-se. Seus olhos brilham mais intensamente, ele abre os braços, gira a cadeira de comando no contíguo espaço da cabine de comando da capsula de sobrevivência. Não está nem aí. Neste momento ele é a luz das estrelas, a cor do luar, o medo de amar. THOR viaja na maionese de sua escuridão neuronal, imagina-se o TechnoGita, o que veio com o reino destinado, ele que viu o sangue no olhar do vampiro, ele que precisava como os espelhos pontiagudos de um olhar canino lhe disse de sangue também. Sangue dos Titãs, dos antigos, das criaturas das sombras, de tudo que fosse vivo e belo, feio e morto. Pois nesse momento, THOR era AMOR.

E o Amor era morte para Titania. A jovem República Sideral Popular, intoxicada de maldade e vida podre pelos três mais infames sujeitos do Cosmos. Criada por eles,Primeiro Piloto, Avila e Taina.Primeira cidade livre criada na histórica batalha contra os seres holecraftianos de outra dimensão. Tomada para eles, rebeldes, o povo, esse eterno espírito. Uma cidade convertida em lar para eles.

Corrompida, o ser das trevas deixou rastros de podridão urbana importados de Titânia na mente do piloto. Um retrato tão horripilante e distorcido, onde os Anciãos Holecraftianos dançavam rumbas horrendas de satisfação profana e os seres das sombras arrotavam as infelicidades amargas do dia a dia imposto ao cidadão de Titãnia, que, nada sabendo, continuava usufruindo seus vícios impostos, suas dores auto infligidas em meio a carne moída, mostarda, malte e tabaco. Cerveja, churrasco, sapato... Tudo ia explodir. Era inevitável. THOR ia por fim à cidade que fundaram e fugiram.

Então o Primeiro Piloto percebeu que tornara-se um pária, sem país, nem planeta, nem base, nem amigos. Nada lhe sobrara. E tudo estaria perdido se perdesse Tainá. Tudo.

--- Nem tudo, piloto... Há um planeta onde mora a esperança....

E os últimos pensamentos de Avila lhe invadiram a mente, sequela do contato com a criatura das sombras...

Viu a liga metálica de THOR. Viu o Martinium, sem maiores novidades. Então percebeu a liga desconhecida, o metal tão belo e puro que fazia o ouro virar latão.... velho e dourado, reluzindo arco íris, estava lá... O composto da vida – pensava Avila. “No planeta que deu origem a vida, piloto...” Hackeie THOR. Descubra onde é o planeta. Nosso novo Lar. .

E o piloto, num esforço desesperado para manter na mente os códigos de segurança de THOR, revelados pelos últimos suspiros do contrabandista alado, saltou para a enfermaria onde injetou em si mesmo uma dosagem heroica de DMT afanado de Tainá.

Mapas Estelares Aleatórios de seres vivos e mortos, cosmos todos se unindo e se destruindo fagocitando e reciclando vida e morte. Planetas, micróbios, galáxias. O corpo do Primeiro Piloto sacudia-se todo babado, enquanto sua mente se expandia e se retraia colhida em cheio pela sinfonia cósmica.

--- Nostromo a mim, ainda disse o piloto, um inútil gesto de defesa antes de sua consciência derreter-se em meio ao tudo que nos compõe e que nos leva ao Nada....

Viu suas palavras ecoarem numa parede branca. Luz. Estava em uma antessala asséptica. Uma rosa vermelha numa estante. Um espelho. Uma escova. Uma navalha sanguinolenta. Mais nada. Agua pingava da torneira. Depois jorros de faíscas elétricas, depois sangue. E o sangue saia da pia formando o rosto de Avila. Viu THOR aproximando-se de mansinho do desenho e deixar a rosa vermelha nos grossos tracejados sanguinolentos. THOR berrava de fúria. E a antessala tornava-se a megasideropole rebelde e livre Titânia afogada em chamas e explosões elétricas.

Estava no que restara na mente de THOR.

Não havia nada além da gaveta da estante. Tinha que ser isto. Tentou abrir. Trancada. Foda-se. Estourou a gaveta com um pontapé. Sacou de lá um mapa. O espelho refletiu uma armadura. O primeiro piloto abaixou-se enquanto girava no chão e sacava seu metashuriken pquico.

--- Desta vez não THOR.

– arremessou o shuriken.

O robô começou a trajetória para se desviar, mas o Primeiro Piloto foi mais rápido e acionou o controle optico do explosivo psicodélico, ao mesmo tempo que ativava seu capacete polarizado.

A explosão de luz cegou os sensores de THOR.

E o primeiro piloto mergulhou pelos universos paralelos, cruzando dimensões , espaços, tempos, surfando nas ondas do universo em expansão até a segurança da Nostromo.

Em sua mente, Novas constelações eram mapeadas. Passou o resto da viagem à Marte traçando mapas siderais nunca antes desenhados.

Se escapasse do que Musk II lhe preparou de ruim em marte teria um planeta para chamar de Lar finalmente....

Mas para isso precisava da ajuda de THOR... e aí as coisas realmente começavam a complicar....

Ou não, como diria Caetano...