2048–ESLON MUSK II CONTRA ATACA–A FUGA DE SATURNO

A FUGA – PARTE I – O PRISIONEIRO.

ORBITA DE SATURNO. PRISÃO DE SEGURANÇA MÁXIMA DA CONFEDERAÇÃO SIDERAL TERERSTRE.

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Meus olhos estão esbugalhados, mas nada vejo. Nada toca meu corpo, mas sinto tudo. A tortura é muito da imaginação, quem disse acertou. Não vejo a hora da dor começar. Um motivo para berrar, embora não consiga berrar com os pulmões expostos nos ombros, com sal e limão. E agora Tabasco, litros de tabasco.

Eslon ficou mais exigente. E cruel com seus compinchas. Morrer em suas mãos, um risco natural que elevou o salário de sua guarda pessoalíssima, mas ninguém queria mais o posto.

Muitas estórias de mortes antinaturais para o carcereiro privativo do prisioneiro predileto do Conselheiro Sideral Terrestre Eslon Musk II. Muita responsabilidade e cheiro de morte pairando no ar. Musk II apelou para seus novos talentos necromantes e ressuscitou alguns seres horrorosos lovecraftianos para administrar sua prisão de segurança máxima, meu lar de merda e horror.

Dor está chegando. Posso sentir o chiado atômico da perfuradeira sendo aquecida. A lâmina é gentil ao penetrar na carne, sempre, já penetrou, penetra, penetrará, tudo fálico gentil, cirúrgico, não se preocupe comigo estou insano e ficarei são logo e bem mais louco do que agora pareço rurorarara rurorarara.

Dor doidoidoi dordor.

Incapaz, martinium maldito de escapar com artifícios quânticos e poesia dadaísta concreta e emojis do zapzap. Você vai ter que se contentar com lutas, old fashion way leitor, porque os rebeldes acabaram de chegar, meus sentidos cósmicos de multidemensões sombrias avisam...NAVEjpg

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Mas como, foram embora? ÚLTIMA ESPERANÇA, Rebeldes, esperança foi embora deixando rurorarara Doidoidoidorororororor.

Doidoidoidorororororor.

RURORUAAAA

AAAAAA.

R U R O RO RA RA RA RA RA

SERRAS AGÔNICAS PERFURAM ABDOMEN MACIO. BRANCO, CONTEMPLO O CARMIM DO SANGUE ESCORRER EM MANCHAS DE ROSCHARCH VENTRE ABAIXO. REBELDES DE MERDA, CADE VOCÊS... AH, OUÇO GRUNHIDOS, ESTÃO VINDO.... DORDÓIDÓIDORDORDÓIDORDORDORDOR ---- APAGO.

A FUGA – PARTE II – A MISSÃO NÃO AUTORIZADA PARA SATURNO – TITÂNIA

Os imbecis, queriam perder mais tempo com deliberações. O que mais havia para deliberar além de dizer sim para uma missão vital para a Rebelião, libertar o maldito vampiro. Todos sabiam que era necessário libertar Saturnália. Mas Homens com perfumes caros, roupas vistosas e línguas macias como as almofadas que sustentam os largos traseiros de suas damas e parideiras teimavam em solicitar favores como 20% de eventuais lucros, patentes de descobertas, posses de novos territórios. Gente que há cerca de 03 meses atrás estava nas ruas celebrando com o próximo em diálogos de gozos sexuais. Agora, políticos. Bah.

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Avila pensava como Tainá conseguira suportar a sessão onde seu plano de libertar o vampiro fora votada. E negada. Nada daquilo saíra como ele planejara. O primeiro piloto, ao lado da garota, fervia ódio e disparava-lhe o conhecido sinal de ação extra-oficial.

Era difícil ser o cacete de jegue de um bando de desmembrados metidos a poderosos. Tainá tinha mais culhões do que todos aqueles falsos mandachuvas. Não duvidava que, com tamanho gosto pelo engodo e pelo luxo, uma vez que já haviam enganado a grande maioria de Titânia, flertariam com o poder incalculável de Musk II e com as vantagens financeiras e materiais de uma aliança profana com aquela criatura das trevas proporcionaria.

O primeiro piloto tinha toda razão. Deu dois dedos na testa aprovando a ação não autorizada. Depois dirigiu-se às ruas da chinatow de Titânia. Precisaria de novos documentos. Jamais voltaria a pisar na capital. Alguma coisa se perdera no último fim de semana com aquelas eleições festivas, mas fraudulentas. O coração e a mente das pessoas não eram o mesmo. Sua fé fora corrompida.

Um dia, amanheceram aceitando uma votação que simplesmente não existiu. Apenas o Primeiro Piloto, Ele e Tainá, no Rio de Janeiro, muito longe de Titânia percebiam o engodo. Pois abaixavam a cabeça para um governo não solicitado que, um dia, simplesmente começou a existir como se lá, em Titânia, sempre houvesse existido. Políticos, papeis, móveis de escritório, prédios de arquitetura duvidosa, empreiteiros, partidos, burocracia e um inferno em vida brotaram como fungos depois da chuva na capital do Satélite.

Havia agora o Conselheiro Deliberativo Jurisprudente James Redfellow Worthithong Jones, J. J., como gostava de ser chamado. Havia nos braços do cidadãos de Titânia aquelas estranhas listas tatuadas com alguma matéria insondável. Menos neles. E Avila não sabia se isso os deixava livres ou os fazia vítimas. Mas não pretendia descobrir. Havia algo malévolo, muskeliano nisso tudo. E Cautela é preferível a remédio.

Não era seguro mais ficar alí. E a prisão de Saturno, uma vez tomada, seria sua nova base. O plano fora meticulosamente armado. Nada poderia dar errado. Nada humano poderia resistir ao poder de fogo que levavam. E caso inumano fosse, bem, Cacau e Tainá estariam preparadas.

O plano era simples.

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Warp máximo até a órbita da Prisão Sideral em Saturno. Ejetar Tainá, Cacau e o Piloto. Uma vez no casco, o laser da Nostromo abriria um rompo e o despressurarizaria. Enquanto a guarda da prisão tentasse entender o que estava acontecendo, os três se infiltrariam e a Nostromo se afastaria em warp máxima de novo. Apenas aguardaria sinal para transporte tracionado dos 03 mais o vampiro, que deveria estar inofensivo, Tainá e Cacau garantiriam esta proeza, ao menos disseram que sim. Rá, daria um tapa na cara do bandido, se assim fosse, com o rum e com os diabos. Bom plano. Rápido e simples.

Lá dentro, as duas seguiriram para lidar com Saturnália. O piloto iria para a ponte de comando e ativaria o acesso remoto. Daí era com ele Avila assumir o controle de sua nova base.

A Chico Desesperança. Desesperança para todos os Musk II do mundo. Esperança para homens e mulheres como ele, livres e sem mandantes nem mandados. Esperança para a Liberdade. Chico Desesperança. Nua de intenções e pretensões. Onde o ser é. Nem mais nem menos.

Rá, uma prisão, isso sim.

A FUGA – PARTE II – A MISSÃO NÃO AUTORIZADA PARA SATURNO – ORBITA DA PRISÃO SIDERAL

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Ejetados no espaço sideral, mal tiveram tempo de sentir prazer com o traje espacial manobrável. Apenas acionaram os jatos e dançaram ao redor deles mesmos por alguns momentos, até Tainá permitir que o Primeiro Piloto a enlaçasse por trás, observados os dois de perto pela segundo tenente Cacau com expressão de interesse incrédulo.

Daí, calados, mas juntos, guiados pelos foguetes da Tupinambá dirigiram-se em queda livre espacial rumo à Prisão Sideral de Segurança Máxima Terrestre. Enlaçados em conchinha, ambos pensavam no risco inerente. A criatura transumana que buscava a desolação da entropia, o filho da escuridão que havia antes das trevas. Encaixavam-se nos limites de seus trajes siderais, nos limites da vida, do amor, do sagrado. Só assim conseguiriam manter-se vivos, são, lúcidos e de posse da própria alma...

Tocaram o casco metálico da Prisão. Bem a tempo. O laser da Nostromo abriu uma rodela puxada para fora com o raio trator. Antes do vácuo agir, o primeiro piloto saltou para dentro e puxou Tainá e cacau. A nostromo pressurizou o casco. Estavam dentro. Mas não sozinhos. E a companhia não era humana.

Grunhidos, gritos e uivos não articulados, absolutamente alienígenas e lovecraftianos vinham das sombras.

Cacau sacou seu congá e com um movimento de pulso conduziu eletricidade para o som do instrumento revelando um sem número de partes destroçadas de ets. Vivas. Movendo-se para eles. Lentas e desengonçadas. Nauseabundas. Tainá sacou seu phaser. Regulou-o para incendiário e queimou os que viu pela frente. Cacau iluminava a fuselagem. O primeiro piloto concentrava em acessar os sistemas da prisão. Quando finalmente conseguiu, ligou o reator. As luzes acenderam-se e uma porta abriu. Os grunhidos tornaram-se mais altos.

No final do corredor brilhava uma estranha luz azul. Tainá sentiu sua cauda de macaco enrolada mover-se. A água de Frei Galvão do Primeiro Piloto ferveu. A segunda tenente Cacau, viu diante de si seu Yorubá gritando.

Pois o que viam era a antinatureza aplicada em matéria inumana e alienígena. Esperavam-nos um exercito de criaturas já derrotadas e mortas, reanimadas de maneira cruel e macabra, sustentadas por forças banidas da compreensão humana. Aqueles olhos horrorosos

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sem o brilho da vida. O Horror! O Horror! Um exercito que desafiava qualquer sanidade.

E que atacou com fogos de bazuca.

O primeiro piloto reagiu por instinto, atingindo o projetil com uma granada de impulso mach 1. Tanto bazuca quanto granada penetraram na primeira linha inimiga. Mas a segunda linha defendeu-se arrancando braços e pernas e atirando-os encima dos explosivos para abafar o impacto dos explosivos

Tainá gritou cantos de destruição e guerra dos Ianomanis, invocando a alma do espaço sideral. Acompanhada pelo ritmo de afonxé da segunda tenente, fez uma manobra sonora e direcionou todo o poder vocal de seu mantra a segunda onda de ataque da hoste.

Ela caiu como pinos de boliche, mas a terceira hoste reagrupou-se.

O primeiro piloto armou-se com sua metralhadora de carga explosiva por controle remoto.

Cravou balas nos corpos da terceira onda. Quando a quarta hoste chegou, pressionou o botão de detonar.

Finalmente uma brecha fez-se ver nas linhas inimigas. O primeiro piloto, acionou os foguetes repulsores de seu traje e virou-se de frente para Tainá e para a segundo piloto.

--- sigam-me, vou abrir caminho.

E acinou os propulsores. Uma faixa de fogo seguiu-o por onde ia queimando e inutilizando os alienígenas morto-vivos . As duas correram atrás dele. Deram nos corredores que separavam as prisões da sala de comando. O primeiro piloto rapidamente contatou a nostromo e introduziu o chip de avila nos controles. A nave respondeu. Avila estava no comando agora.

A porta do corredor da cela foi aberta. Os três dispararam tiros de aviso e grunhidos horrorosos responderam. Pularam para dentro disparando pesado. 05 criaturas restantes.

A segundo piloto invocou o tambor imemorial ioruba e com o som de um batuque revelou à criatura os horrores de ser estudado por seres humanos vivo, numa cela do instituto Butatã. À visão, Tainá berrou uma sinestesia de dor que prontamente causou estertores da criatura. O primeiro piloto ativou o shuriken e com comandos rápidos ordenou morte sequencial.

As 05 criaturas horrorizadas e já devidamente preparadas para a morte definitiva pelos encantos das guerreiras foram despachadas silenciosamente.

Foi quando a cela do vampiro abriu-se e um homem armado com uma armadura megabombada de super-herói do século XX deu as caras no corredor com cara de bicha amarrada em noite de poucos amigos.

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--- Mas que porra de caralho é isso, catso, putaquepariu – grita ávila ao ver o naipe do figura – passem fogo nesse empata foda, não sacaram o que saquei. Bomba no bombado Porra!

O primeiro piloto mandou o shuriken talhar os olhos da criatura. Mas seus átomos eram líquidos, voláteis e ágeis. Deslocando-se etericamente para trás, o assexuado deu passagem para a arma e teve tempo de contemplar o mecanismo, parou-o com a mão.

--- Porra, é a segunda vez que me acontece isso.

--- Interessante. Terrestre. Japonês, antigo, muito antigo. Biohackeado em 1946, MAC alterado, IP mascarado com Thor. Meu nome também, amigos. Thor.

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