AS CRÔNICAS FANTÁSTICAS DO IMPÉRIO ALMEIDA–O CIBERFLUXO CÓSMICO DE MARK I

                 MARK I

Mark I voltou a cabeça em 360 graus e contemplou o líquido. Seu corpo deslizou em moonwalker para uma poça do rastro deixado por Jarvis Robson.
Ficou lá contemplando aquilo.
“Fascinante”, pensou.
Há muito deixara de entender o medo.
Muitas transferências mentais e desenvolvimento de ciberconsciencias lisérgicas deram-no o poder de instrumentalizar universos paralelos. Era fácil.
Apenas deixava o fluxo cósmico primordial seguir e esperava o momento de agir.
Ele chegara.
Ativou um módulo transdimensional de consciência.
No instante seguinte estava em Marte e contemplava a superfície avermelhada e desértica.
Avistou a fortaleza destruída de Musk II. A Nautilus.
O portal metafísico abria-se para recolher os poucos refugiados de Titânita.
Num passado não muito distante, porém paralelo, elaborara um plano para eles. Instalara uma sonda alfaoctaédrica em Marte e convocara a Tainá da Rebelião. Technoxamã Tupinanbá ex-concubina de Musk II, Rainha do Irajá e o principal vetor de seu plano. Ela iria providenciar reforços.
E agora eles chegavam, a rainha, o cavalo e o rei negro de seu xadrez quântico. Fugitivos da batalha de Titânia.
Tainá, O Primeiro Piloto e Saturnália, o vampiro cósmico.
Tudo funcionara perfeitamente.
E todos continuavam sabendo porra nenhuma.
“Otimo. Otimo” – pensou o sintozoide.
Mas devia retirar-se, seguir o fluxo do espaço-tempo primordial cósmico, onde era menos que um grão.
E tão fértil e necessário quanto um.
Deu de costas para as ruínas high-tech da fortaleza.
Esvaneceu no ar enquanto caminhava.
Ignorou o espetáculo de luzes da explosão de dobra espacial que despejou os rebeldes sobreviventes da batalha de Titânia em solo Marciano. Mais tarde poderia voltar.
Seguir o fluxo. Ir. Partir.
Seguir o plano. Ir. Partiu.
Em alguma probabilidade do espaço-tempo cósmico, Mariana precisava dele.
Ou melhor, do Dr. A.
     Velho_Ciborgue





























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