AS CRÔNICAS FANTÁSTICAS DO IMPÉRIO ALMEIDA– O MEDO DE JARVIS ROBSON

Mark I deu de ombros:

--- Eu também, Jarvis. Num futuro próximo, num espaço-tempo não muito distante deste nosso.

Mark I voltou-se para o cristal líquido onde fórmulas quânticas maias estalavam em fractais lisérgico e aparentemente infinitos.

Lembrança de Mariana... seu script octaédrico. Wornholes controláveis, Jarvis o sabia, não entendia e calou-se. Esperou ordens.

O sintozoide apenas apontou para trás com o polegar.

--- Em breve todos nós iremos para Marte. Você sabe para onde.

Jarvis.

O relações públicas de primeira ordem pensou no planeta vermelho, onde repousavam as ruínas do Náutilus, antigo refúgio de prazeres cósmicos sadomasoquista místicos profanos lovecraftianos de Musk II. Olhou para todos os clones de Martinium. Sabia que seu chefe tinha um plano para eles. E que era inimigo mortal de Musk II no mundo financeiro. Por um momento impossível pode vislumbrar seu patrão gargalhando. Musk II ria de volta, sacudindo uma penca de infernos artificais em suas mãos.

Um medo primal invadiu suas bexiga. Segurou-se para não mijar nas calças. Perguntou.

--- Nós quem, senhor.

--- Eu e eles. Minha obra. O velho congelado vai também. – disse o sintozóide, e mirou-lhe os olhos – Quanto a você... Não me decidi.

Seres humanos são mais bem recebidos por outros seres humanos. Posso precisar de seus serviços. Isso é tudo. Obrigado.

Jarvis Robson, não pode mais conter seu medo.

Retirou-se deixando os amantes cibernéticos contemplando o rastro de urina que deixava ao fugir o mais rápido possível daquele lugar pavoroso.