O GOLPE–v–O CONFLITO PARTE 2

soldier in wheel chair

--- Aqui!!!

Respondi, saindo de meu esconderijo do sofá, escudo em riste.

Com um forte movimento da cadeira de rodas, ganhei velocidade.

Atravessei a sala atirando com as 45.

As balas Dum-Dum fizeram um baita estrago.

Arranquei grandes bocados do pequeno pórtico que guarnecia a entrada da sala, concreto e madeira voando, nuvens cinzas cobriram a visão.

Mas saquei que explodi um braço, estourei um peito, arrebentei uma cabeça em nuvens vermelhas e brancas de sangue, ossos, nervos e cartilagens.

O cara que perdeu o braço ainda tentou revidar atirando o que restara do pente de sua arma.

Ergui o escudo. Cobri a cadeira de rodas inteira. Encolhi-me inteiro por trás dele. Balas chocavam-se com um som metálico que quase estouravam meus ouvidos.

O cara sem braço me dava uma vantagem estratégica em sua agonia. Seu corpo mutilado bloqueava o resto da gangue que por trás dele urrava de dor e ódio.

Por trás dele, rostos deformados, brigavam para avançar, atrapalhados pelo cara sem braço.

Atirei às cegas, pistolas encaixadas ao lado do escudo. Com esses calibres e munição, com a estreiteza do pórtico de entrada, impossível errar algo.

Gritos de dor e estalos de concreto e madeira chegaram aos meus ouvidos.

Bem como o clique vazio da câmera sem balas de sua arma.

Sai do escudo esgotei minha munição especial na penca que se amontoava.

Sangue jorrou para todos os lados.

Não contei nada, vazei para o corredor do banheiro.

No meio do caminho, ergui o carpete do canto de uma parede, empunhei a 12 e continuei a rodar.

Parei no final do corredor.

Ouvia gritos de raiva atrás de mim.

Tiros zuniam pelos meus ouvidos.

Eles ainda eram muitos.

Hora de fazer um bom estrago.

Virei-me, engatilhei a carabina e mandei fogo cego.

Um deles foi arremessado para longe com o impacto. Tripas voando do rombo que a 12 lhe fizera no bucho.

Mas muitos outros vinham...

Feridos. Sangrando. Urrando.

Dor e Fúria encarnados em corpos sanguinolentos.

E aquilo era medonho de se ver.

Pela primeira vez desde a coisa toda fiquei com medo.

Larguei a doze e fui voando para o banheiro.

O último refúgio, onde tudo acabaria.

Lá havia outra doze e outras cositas más…

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