PANORÂMICAS DO FEMININO EM JAÚ–DE CAMINHANTES E NAVEGADORES.


A PRAIA

Descalço e com o coração leve

caminho pela grama e a terra.

É vistoso e livre o mundo diante de mim.

A trilha marrom e verde é longa

e me leva onde eu escolher.

Não peço por boa sorte

pois sou afortunado.

Não faço súplicas.

Forte e constante viajo pela estrada aberta.

A terra é suficiente.

Não desejo que as constelações se aproximem de mim

pois sei que elas estão bem, onde quer que estejam.

Agora carrego em mim queridos tesouros

A vibração de mulheres e homens que andam comigo

para onde quer que eu vá.

É impossível me desfazer deles

pois me transbordo com suas vidas

e em retorno faço que transbordem em si mesmos.

Lucas Salles

rodrigo abstrato em azul

Às vezes é preciso

Viver

Um dia

De cada

Vez

Assim

Bem de mansinho

Feito bossa nova

Sem forçar um outro ritmo...

Tamires Frasson



refluxo mare 2

O Vir ao Mundo de Um Poeta

Pelos dias frios nutrira encanto

Foras tíbio no tratar das emoções

E o silêncio soava como um canto

Ao mar acalantado e desprovido de paixões

Era manso, todavia insano

Muito padecera e o teu coração guardara o dano

Do desamor que tanto tivera

Tentou fugir: Assistiu atônito à quimera

Hoje, a tua imagem refletida num espelho

Desperta em ti a amargura do sentir

E junto dela, um valioso conselho:

“Amar a ti e não se permitir internamente ferir”

Fora embora e num bilhete escreveu:

“A minha essência se perdeu,

Irei procurá-la num lugar distante

Levo um chapéu e o livro de poesias da estante

Não me espere, porque irei me perder

Na busca pela arché de meu ser.”

Bianca Vieira

mare venusiana


Não me exilo de mim.

Sou o que sou e não o que querem.

Preservo minha essência e identidade,

Livre, instintiva e selvagem.

Minha força vêm da natureza.

O viver sem fugas, sem se render.

Um brilho próprio da coragem de ser.

Me distanciando pelos presentes do retiro

Aguço minhas percepções,

Enfrentando o estranho

e me habilito ao poder da receptividade.

Conectado, unido com minha alma

reconheço-me e amo-me.

Insubordinado, ancestral e virtuoso.

Por mais que a paixão deixe este plano

ela e o amor renascem como a fênix.

A chama que nunca se apaga.

Renovada e mais intensa.

Uma forma intimamente amadurecida.

Cultivo em novos terrenos de chão intocado.

Semeio o solo com grãos mágicos

e da troca crescem novos ramos,

que continuam a subir cada vez mais fortes.

Vivo este simples caminho,

como no ciclo natural.

Colhendo, cuidando e semeando

ao avançar e correr sobre a terra.

Lucas Salles

mares de venus

Comentários

Postagens mais visitadas