AS CRÔNICAS FANTÁSTICAS DO IMPÉRIO ALMEIDA II–EFEITOS COLATERAIS
Havia compilado todos os segredos arcanos da regeneração celular e clonagem usados por Musk II.
E sintetizara tudo, aquelas equações complicadíssimas, arcanas e sobre-humanas usada pelo chefe em prosa derivada das narrativas linguísticas regionais brasileiras do século passado que só ele entendia. Misturou Iorubá com Guimarães Rosa, Mario Palmerio e Carolina de Jesus.
Criptografou tudo.
E guardou a chave no seu marca-passo ciberenético. Sua única fraqueza física.
Pois apesar de ser forte como um touro, seu coração era fraco. E vendo vazar o barco, não sobreviveria sequer a notícia de cortes de pessoal.
Enfartaria na hora.
Então meu caro, pensou consigo mesmo o neurastécnico, o que você vai fazer?
Almeida estava provando que em cerca de pouco tempo teria domínio de uma tecnologia mais elegante e simples.
Inumana de tão bela, tão eficiente que logo deixaria Musk II para trás, caso o chefe não fizesse nada. É claro que o faria, daria cabo do rival sem deixar vestígios, era assim que funcionava. Mas o Império Almeida não era brincadeira, haveria vestígios por toda a parte.
O chefe precisava agir para reassumir o controle perdido de maneira econômica e não assassina.
E aí a porca torcia o rabo.
Por isso precisava transmitir o segredo da regeneração celular para a DARK WEB SIDERALIS
Mal pensara nessas coisas quando viu a Musktower desabar sobre si mesma, uma imensa nuvem de poeira, papel e pedaços de concreto voando em sua direção.
Pulou para o chão. Depois arrastou-se para trás de um caminhão que desembarcava no vasto pátio da empresa..
Em segurança, transmitiu tudo enquanto assistia perplexo, o coração querendo falhar, o que sobrara da Musktower cair em câmera lenta, em negras e densas fumaças de poeira de concreto esmagado e fogo.
“Meu Trabalho” – pensou – “Meus Versos”
Começou a ter falhas de visão.
Sorriram-lhe a fria face do desemprego, da solidão e do desamor perpétuo.
E Woody Pereira não mais resistiu à escuridão que o envolvia.
FIM DO LIVRO II
Comentários
Postar um comentário
Mande fumo pro Curupira