AS CRÔNICAS FANTÁSTICAS DO IMPÉRIO ALMEIDA III–EXCEÇÕES E SOBREVIVENTES MARCIANOS

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---- OZARK – FORTALEZA DE MARIANA EM MERCÚRIO

Quem prestava atenção na contagem de corpos resultantes do golpe na Musktower era Mariana. Em seus monitores a imagem da torre caindo sobre si mesma em chamas, a fumaça do fogo misturada a do concreto, enchia as telas.

A dor comia sua alma. Embora soubesse que a maioria dos servidores de Musk eram doutrinados e levados à uma cultura de fidelidade canina, sentia pelos coitados, eram gente, afinal de contas.

Haviam dado um golpe fatal em Musk II, mas a que preço?

--- Vitimas colaterais aceitáveis Mariana. Isso é guerra. Você é a Rebelde, há pouco queria matar o presidente em exercício, deveria saber. Pense no que fez T.O.R, um pobre coitado, amante de Avila, falecido comandante da rebelião em Titânia sob o comando de Musk II.

-- Perái, ele é uma exceção. O coitado do androide em código livre foi abduzido. Inseriram, os filhos da mãe, alienígenas, talvez o Judeu Errante, quem sabe, um código, apagaram parte de sua memória. Mantiveram certas partes humanas, para melhor locomoção e eliminação de neurotoxinas inimagináveis e barbaras intervenções cirúrgicas.

--- T.O.R, havia planejado algo para ele, mas... – Silenciou-se.

A Lógica pura de Mark 1, um verdadeiro iceberg era cruel. Encarou o comentário de Mariana como uma distração e voltou a carga, a guerra era seu assunto nesse exato momento do tempo-espaço.

--- Ataque no coração da fera com tudo e saia com o mínimo de danos. Foi o que fizemos, ou o que fiz, se preferir. E todos eram capangas, não duvide, de Musk II. Você devia saber, sempre me quis nessa guerra. Agora conseguiu, devia saber o preço. – Mark I lhe dissera a verdade na cara, quando o questionara.

--- Sempre há exceções, Marco, sempre. Faz parte de ser humano, esqueceu. T.O.R era uma exceção. E você também é. Faz parte de ser humano, esqueceu? Não devia. Porque amor, sexo, é coisa de gente e você, você... ainda não sei a porra da exceção que é o teu problema, cara...

Calava-se em lagrimas internas.

O rosto seco, pálido e borrado, a boca fria, azulada... Como os cadáveres e as exceções.

Mas o pior é que, apesar de toda a lógica, o preço, em valores humanos, sentimentos, ela não sabia. Nunca sentira o preço da morte.

Mas sim, preocupava-se com o preço da vida. Ela alimentava a Rebelião, mas não matava com ela ou para ela. Não assim, morte em massa, seres quase civis. Não ela não se enganava, os funcionários de Musk eram quase todos paramilitares.

Mas intuía que haviam exceções.

E com esses Mariana se importava.

Gente como Woody, caso o conhecesse. Por gente como ele, pelas exceções é que Mariana era apaixonada. Era o que motivava seu amor pelo ser humano e, apesar de ser tarde demais para as exceções da Musktower, podia haver uma maneira de salvá-las.

Mas com seu plano. Do seu jeito.

Humano. Quando expressou seus sentimentos ao sintozóide, ele retrucou.

--- Você já viu a situação dos sobreviventes em Marte, Mariana? – perguntou Mark I – acho que com ela você devia se importar. Havia um plano, previa a segurança deles, mas agora.... deixe-me mostrar.

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