UMA NOITE NA URCA COM GETÚLIO VIII–UMA CONVERSA ENTRE AMIGOS PARTE FINAL
No palco, Marlene ergue a cabeça. Os cabelos voam por cima da testa. Getúlio sequer pisca:
--- Claro. Quem Mestre Casé quiser pode levar. É só falar com o Gilberto aí...
Casé aproveita, pisa fundo no acelerador:
--- Então quero Marlene. Para o próximo Domingo.
Marlene faz uma piada e termina seu número. Getúlio ri.
Andrade geme:
--- Mas homem de Deus, se ela nem estreou na Nacional... Calma. Deixe o contrato sair, depois você a convida para seu programa.
--- Para o próximo domingo, deixo o nosso o Almirante, que ia participar do programa, aqui para vocês... Assim vocês podem cobrir qualquer lacuna.
Almirante não gosta da ideia. Rebate com ousadia de quem está acostumado a criar pérolas em situações difíceis como aquela:
--- E se uníssemos as transmissões? Poderíamos formar uma cadeia de Rádio que transmitisse simultaneamente a voz e a música de Marlene para os ouvintes do Programa do Casé e os do Curiosidades Musicais, meu programa na Nacional.
Getúlio volta-se para seus amigos. Se parecia desatento, essa impressão é imediatamente desfeita:
--- Uma cadeia nacional entre o Programa do Casé e a Nacional, grande ideia. Vamos fazer. Andrade, deixe Mestre Casé levar a menina Marlene para estrear em seu programa. Temos todo um contrato para lucrar com essa futura estrela. Porque ela vai brilhar, meus amigos, podem escrever o que estou dizendo... Essa menina vai brilhar.
--- Mais do que eu, Gegê? – pergunta divertida Carmem Miranda.
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Mande fumo pro Curupira