PANORÂMICAS DO FEMININO EM JAÚ I

A VASTA E LONGIQUA FOZ
O que eu tenho feito da minha vida?
Tantos dias passam e a gente nem vê.
Cumprimos nossas obrigações
Sem perceber ou pensar sobre elas.
Só seguimos no piloto automático.
Abra a boca.
Coloque a comida.
Mastigue.
Respire.
Lutamos todos os dias.
Não matamos um leão por dia,
como o ditado nos faz acreditar.
Negociamos com ele.
Pois no dia seguinte ele estará lá de novo.
Ele pode até nos arrancar um braço, mas a gente não vai sentir.
Porque estamos anestesiados.
Entendemos como vida o que nos é imposto.
Acreditamos no que a tevê nos empurra goela abaixo.
E também no que vemos em nosso feed do facebook.
Não pensamos mais por nós mesmos.
Não criamos opiniões próprias.
Não sabemos mais o que é discernimento.
Seguimos uma grande multidão alienada.
Obedecemos sem questionar.
Discutimos sem nos importar.
E criamos uma vida online perfeita para esconder a podridão da vida offline.

– Juh, pensando.
@oinstavelmundodajuh
VERSO

fôlego.
Sou desse tipo
que sente em excesso,
se expressa melhor em verso
sofre fundo seu sofrimento
em rima, poesia e desalento
vê beleza no desespero
e colhe belas flores
na beirada do desfiladeiro.

– Juliana Bassan Ayon
@oinstavelmundodajuh
















Comentários

Postagens mais visitadas