QUÍMICA VORAZ II–OU DIÁRIO DA ADAPTAÇÃO AOS REMÉDIOS.
Noto que terminei o texto Química Voraz de maneira positiva, mas forçada. Abrupta.
Fi-lo devido a química, este entorpecedor cerebral, quase camisa química de força. Mas enquanto houver energia lúcida prossigo a narrativa.
Casa, logo depois do texto acima – Dilúvio urinário, - noite.
Durmo acordado, meu irmão vê.
--- Precisa de alguma coisa
--- Resmungo Inteligível
--- Amanhã a Áurea acha.
Queria que ele me desse uma carona para o quarto.
Havia esquecido o caminho.
Casa – dia – despertar.
Dilúvio urinário de manhã. Dormi como pedra. Inclusive na cadeira mesmo. Acordei com dor no pescoço e bexiga estourando. Claro que não deu p segurar. Apenas saí da cama e o fluxo saiu.
O quarto alagou.
Limpei. E limpei de novo.
Moscas por todos os lados atrapalharam minha terapia.
Casa – noite – cansado.
Lutei contra os remédios o dia inteiro. Minha irmã ao telefone, falando das regras de conduta e que estava ficando nervoso de novo. Suspirei. Expliquei que, muito mais que qualquer química, são as pequenas contrariedades, o micropsíquico que afetam mais o humor. Ainda mais se ocorrem, como aqui, de maneira repetitiva. Não havia solução para essa pequena inconveniência urinária a não ser mexer na química. Prometi falar com psquiatra num bocejo. Para não dormir fui dar uma de dj de spotfy, tentei resumir um texto, jogar um videogame, assistir série. Para não falar que fracassei em tudo, consegui assistir um cápitulo inteiro de uma série promissora. Animei-me...
Mas estava cansado. Dormi no segundo capítulo.
Fui acordado com o bater na porta me chamando para os remédios da noite.
Casa – dia – segunda feira.
Passo um áudio p minha psiquiatra relatando tudo o que falei acima. Precisarei de uma solução rápida.
O cerébro, lento como está, não consegue,
mesmo sendo Cosmos,
acompanhar o holismo da vida.
Jamais um plano nem uma linha reta,
Ela vem bater à sua porta,
E você tem mais é que atender.
Ainda que com o cérebro devorado
pela química voraz,
não esqueço a lição,
que,
por ironia da vida.
Aprendi justamente na temporada na clínica psquiátrica...
Comentários
Postar um comentário
Mande fumo pro Curupira