O DUPLO-DRI–ADRIANA MAGNANI E ADRIANUS CAFEU FAZENDO ARTE, BRINCANDO DE AMAR…

                                                                                                image

Como definir um amor que se exprime fazendo arte? Não pensei em sexo, embora a imagem acima seja a representação bem humorada de Adriana Magnani como Suzan Hayworth em Gilda, que já foi sex symbol.

Sim tem essa, mas acredito que aqui, o sorriso no rosto e a luva nas mãos representam mais a plenitude de alguém que sabe que está vivendo o melhor momento de sua vida.

Mais um amor chegou para ela. E muito especial. Um seu xará. E artista ainda por cima.

E dos bons.

Adrianus Cafeu complementa seus rascunhos com amor, deixando-a plena de si mesma.

E ele mesmo pleno de amor como podemos ver na sequência abaixo.

clip_image001

clip_image002

Vamos brincar um pouco de jogo dos sete erros a partir de agora. Repare que no desenho original em preto em branco de Adriana, a arvore fendida, sob a qual toca o violonista solitário está fendida.

Há uma só estrela embaixo da lua crescente.

Já a forma geométrica que decora a blusa do violonista no desenho original de Adriana torna-se um lenço em Adrianus.

Ele transforma o violonista em arlequim e seu coração que se confunde com a noite, espalha-se por ela deixando seu peito vazio. Um vazio onde Adriana Magnani confortavelmente habita. E nesse gesto de desapego de seu próprio coração, seu ego, sua identidade, o arlequim Cafeu restaura a árvore fendida tornando-a saudável e forte novamente. A Adriana – Rita Hayworth com que abro essa postagem.

E o que dizer dessa outra sequência:

:

clip_image003

clip_image005

o desenho original indica uma vestimenta extremamente pudica e uma vontade da protagonista da imagem de ser impudica, porém há uma última barreira entre ela e a liberdade. A calçola da época, uma coisa bonita, mas desajeitada para o manuseio.

Juro que vi babados e parangolês de saiotes dos séculos XVIII e XIX no original de Adriana.

Adrianus simplifica a coisa para nossa protagonista impudica. Em tons azuis ele dá vida a um shorts moderno de academia.

Uma solução muito mais fácil para a liberdade sexual pela qual tanto anseia a mulher da imagem.

Há nítidos traços de tensão nas mãos da protagonista da imagem no original de Adriana. Adrianus estilizou esta tensão, minimizou o traço, porém potencializou o efeito desta tensão ao apenas contrair polegar e mindinho da mão esquerda de sua versão do original de Adriana.

Mais enigmática, porém significativa para entender melhor a mente de Adriana Magnani e seu complexo lado esotérico, é essa sequência:

clip_image006

clip_image007

Em nossas conversas por WhatsApp, Adriana afirmou que seu desenho era tosco. Discordei. Disse-lhe que seu traço era elegante. E agora acrescento é preciso e sabe realçar de maneira categórica o efeito final que pretende atingir em sua composição.

Como nesse esboço que Adrianus soube estilizar tão bem deixando o que parecem ser uns traços brincalhões no original de Adriana, num traço único que forma uma lua da qual emana uma espécie de cordão umbilical que termina no que vejo um útero fértil.

O sagrado feminino que com sua composição egípcia – está lá o olho que tudo vê, versão Adriana Magnani, o que parece ser um corvo de olho pintado, e o Íbis Sagrado - revela o quão Adriana é fascinada por simbologias, mitologias e alquimias.

A simbiose entre Adriana e Adrianus na arte é tão feliz que a arte de um realça-se com a do outro e ambas se confudem-se num mesmo outro eu. Um duplo deles mesmo. O Duplo-Dri.

Veja o quão é feliz a transcriação – transmutação que Adrianus faz desse original de Adriana.

clip_image008

clip_image009

Adriana esforçou-se em seu original para captar o movimento do peixe beta-tubarão e seu perigo, mas cujas lâmpadas dos protagonistas dessa imagem, acesas em pleno fundo do mar, afastam o belo terrível e estranho risco representado pelo peixe.

Mais uma vez Adrianus compreende os anseios da amada e os traduz estilizando esses esforços numa cauda belíssima e em ondulações n’agua feitas cauda em movimento.

Quase é possível ver o tubarão peixe-beta nadar...

E finalmente a minha sequência predileta:

clip_image010

clip_image011

Creio que basta bater os olhos na arte final de Adrianus e identificar o rosto de Adriana, tranquilo como que dormindo enquanto dançasse, como um bebê o faria, caso soubesse dançar, e tudo será desvendado...

O belíssimo amor desse duplo que não se cansa de declarar amor um ao outro através da mais feliz das ferramentas.

A arte.

Então Evoé, Duplo-Dri.

Longa Vida ao Amor!

Comentários

Postagens mais visitadas