Mafuá do Curupira Ranzinza
Bem, este blog nasceu assim:
Sessão
de terapia. Psicóloga:
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Você está esgotado e deprimido por causa de excesso de foco em procurar
trabalho!
Eu:
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Claro pô! 45 anos, esposa esfuziante. Pagando contas com a mesadinha do papai. A
gente sem grana pra se divertir. Tou chato, nem sei mais como me divertir. Até ela
tá ficando deprimida com esta história. Eu TENHO que trabalhar.
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Mas e você? O que te dá prazer?
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O que me daria prazer seria receber um telefonema dizendo: “Parabéns você foi
contratado para o emprego dos seus sonhos!” Ou pra qualquer trabalho.
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Que sonho? Que trabalho?
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Sei lá. Qualquer coisa. É como aquele filme “Teorema Zero” você viu? Não? Então,
é um filme que tem um cara que vive esperando um telefonema que mudaria toda a
sua vida. Mas é uma ficção científica. É do Terry Gillian, ele tem um
imaginário meio infantil, meio bizarro, totalmente delirante – e vou falando
sobre o filme.
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Tá vendo? Você se ilumina quando fala de cinema. É disso que você gosta. Faz um
blog sobre isto. Daí você coloca um link no Face da P. Quem quiser que leia. Se
só ela ler, já tá valendo.
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Acontece que os especialistas dizem que um blog tem que ter um assunto específico,
e eu não tenho. Gosto de tudo um pouco, filme, livro, gibi, ficção cientifica,
física teórica, poemas, filosofia, história, um balaio de gatos.
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Então faça um blog sobre este balaio de gatos. No final das contas o assunto
será você e as coisas que te dão prazer.
Fico
pensando...
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Só escreva pouco, porque hoje em dia ninguém tem saco pra ler muito na
internet; sua hora acabou.
Acho
que foram duas ordens em uma frase só. Caio fora. Já pensando no tal blog. É
melhor obedecer. Toda psicóloga tem algo de psicótica.
Então
vamos lá. O que dá pra fazer? Escrever pouco. Fazer um balaio de gatos.
Mosaico. Não, balaio é muito batido, mosaico é muito “Arte”. Minha cabeça é um
mafuá, uma zona. Eu não sou um artista.
Sou
um cara de meia-idade evitando a velhice com passos de curupira. E ficando
ranzinza. Rio com o Silvio Santos, com o Stallone com o Schwazenneger. Faço
cara feia pra cinema nacional, sertanejo universitário, aquela coisa ridícula
do “Vamos fazer barulho”, “Tira o pé do chão”, “Partiu pra nite”. PQP. Ninguém
tem coisa melhor pra fazer? Acho que não. Nem eu.
Então
sou um mafuá, um curupira e um ranzinza. Mafuá do Curupira Ranzinza. É um bom
nome, afinal. Pelo menos é engraçado. E até que isto aqui não tá mal.
Daí pensei: “acho
que vou postar e ver o que dá”.
E
foi o que fiz.
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Mande fumo pro Curupira