AS CRÔNICAS FANTÁSTICAS DO IMPÉRIO ALMEIDA–O DETETIVE S. ENTRA EM AÇÃO.

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Meses depois, quando o detetive S. ficou sabendo que havia uma série de criminosos mortos pelo corte de duas espadas, mas totalmente sem pistas e com os policiais locais adorando alguém fazer o serviço e do jeito que devia ser feito, indignou-se.

Como soube de um crime desses fresco em sua jurisdição local, resolveu entrar em ação. Esqueceu a sua caçada à Peter e Julia – inserir link – e montou uma equipe de investigação. Se havia algo que odiava era negligência. Reuniu-se com sua equipe:

--- Bom dia. Estamos aqui para uma dupla investigação. Uma série de homicídios feitos por um vigilante e outra para o assuntos internos. Negligência policial. Não temos suspeito devido aos policiais locais virarem as costas para as ações do vigilante. Adoram-no, poupam-lhes trabalho. Alguns juízes extremistas também. Muito bem, pouco importa a opinião deles para nós da Federal. Um vigilante é um criminoso ponto final. Negligência policial é passível de punição administrativa e desligamento da força policial. Portanto temos trabalho pela frente. Agiremos com firmeza e, na medida do possível, como está no “manual”, correto.

--- Sim senhor.

--- Ok. Irei à cena do crime primeiro. Vocês chegam um dia depois, preparados para entrar em ação. Ok. É isso, pessoal, dispensados.

O detetive S queimava de prazer antecipado, ao pensar em provocar dor ao vigilante queria matar o vigilante, sim queimava-se de prazer pensando quanta dor poderia provocar num vigilante misterioso como esse.

Um prazer sexual dominou o detetive federal.

E o prazer o levava a fazer coisas extremas, psicóticas. Sua mente fraquejava e simplesmente ficava louco por sexo e sangue. Da maneira mais pervertida possível. Só a dor o fazia voltar ao normal. Por isso usava um cilício pregueado ao redor da coxa. (inserir link – revisar post

Foi ao banheiro enquanto podia dominar a sua mente, apertou o cinto de cilício. Os pregos cravaram-se mais fundo em sua carne. S abafou um grito. Depois sorriu. A dor provava um estranho alívio, e S voltava a ser o policial eficiente, ativo e esperto, o chefe da divisão de operações da polícia federal. E uma pessoa normal.

E foi assim que chegou na cena do crime como mais um do grupo de pessoas curiosas que se amontoava envolta do perímetro de isolamento traçado para a atuação da polícia.

Não mostrou seu distintivo. Queria Ficou ouvindo a conversa dos policiais que guardavam a cena do crime,

--- Menos um criminoso prá nós, Julio.

--- Menos trabalho, mais tempo ocioso, mais papelada pra por em dia. Estamos virando burocratas por causa desse cara Erico. Tá um tédio nosso trabalho, e a gente devia investigar o vigilante, não cruzar os braços e virar a cabeça.

--- Fale por você, o resto de nós não pensa assim. O Dr. A. é o máximo.

--- O máximo? Porque ele é um criminoso que mata criminoso, então ele é menos criminoso? E se um dia ele matar um inocente, já pensou? Vai ser porque fizemos pouco caso, deixamos pra lá, pra falar claro, uma investigação de homicídios. Porra, somos cúmplices de assassinato praticamente, cacete.

O detetive não pôde se conter.

--- Dr. A.? Como assim.

--- Assunto policial, senhor espertinho rebateu Júlio. Vaze antes que eu te prenda por desrespeito a autoridade.

--- Eu deveria te prender, meu amigo, falou S avançando e sacando sua carteira de fodão da polícia federal – mas quero falar com seu chefe antes. Onde ele está?

Os dois guardas disseram o caminho. S foi para lá. Encontrou o investigaor chefe. Identificou-se. Perguntou sobre o Dr. A. para ele a queima roupa, bem ao lado do corpo da vítima. O homem relutou em dar a informação. S. sacou um gravador de bolso, recuou a fita, apertou play. A conversa dos dois guardas saiu alta e clara.

--- Posso leva-lo ao assuntos internos ou deixar prá lá, caso cooperem daqui para diante, chefe. A escolha e sua.

O chefe fez uma careta de surpresa e não escondeu sua raiva. Mas controlou-se. Não tinha escolha. Abriu o bico:

--Dr. A. é assim que ele se chama. Ele mandou uma carta pro jornal daqui. O editor nos chamou. Apreendemos a carta. Mas arquivamos de cara, nem prestamos atenção. Já esquecemos, mas sei onde está arquivada caso queira dar uma olhada, senhor. Extraoficialmente, claro.

--- Sim claro, mas o que podem fazer oficialmente.

--- Senhor, pouco pensamos nisso. O que o senhor faria?

--- Investigaria a arma do crime. Duas espadas, você disse. A perícia já examinou os cortes.

--- Houve um pequeno atraso, senhor.

--- Pois então mande seu melhor perito para cá. Agora – e abaixou-se para examinar o corpo.

Havia uma expressão de surpresa e horror ao mesmo tempo em sua face. Sua perna fora decepada. Dois cortes simétricos e paralelos. Um corte horizontal no ventre expunha seus intestinos. Uma estocada entre as costelas direto no coração finalizara o ataque tirando a vida do homem, um acusado de homicídio condenado e solto após a defesa apontar um erro meramente formal no inquérito.

Podia entender o porque dos policiais locais louvarem o vigilante.

Apesar de criminoso, nunca matara inocentes. Para a polícia, fazia justiça. Simples, direta, definitiva.

Nada mais agradável para pessoas que arriscavam suas vidas para prender criminosos para vê-los em liberdade horas após a prisão. E se corrompiam por isso.

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