DE COMO AMAM OS ZUMBIS
Andando com a tristeza dos amaldiçoados, o morto vivo avançava em direção à casa de Marcela Valente, seu antigo amor.
Impulsionado por instinto que atravessava os eons da vida e da morte, ele marcha.
A tristeza estampada nos lentos movimentos das pernas ao andar.
Os passos o dilaceravam, de suas pernas, pedaços de carne caíam.
O cheiro pungente da decomposição humana,
seu perfume.
Uma rosa viva de carne e sangue eram os lábios
cujo destino,
ele sabia com certeza,
mesmo dilacerados como estavam.
Eram destinados irrevogavelmente à Marcela.
E unidos num beijo q casaria vida e morte,
viveriam descansando em paz ,
para todo o sempre.
E por entre os lábios descarnados do zumbi,
pode-se ouvir um apaixonado amém.
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