ENQUANTO ISTO EM 2067 AINDA SOB O IMPERIO DE MUSK II

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As bibliotecas.
Faz pouco tempo, não me pergunte quando. Estou em órbita e aqui o tempo é outro, há muito tenho 30 anos. Enfim. As bibliotecas foram mandadas pro espaço. Eslon Musk II implodiu-as e queimou seus livros em praças públicas, sim. Porém não todas. Ha sempre alguma coisa para fazer escapar, rá-rá. Para isso há os Ativistas dos E- Books. Os News Times Readers. Hackers heróis guerrilheiros dos e-books. Eles tornaram-se tão agressivos que desintegraram a Biblioteca da Casa Branca Terrestre. Eu tinha 27 anos na época e fiquei tão chocado que, literalmente me mandei para Saturno junto com todos os livros que amava mais aqueles que viria a amar.
Eslon Musk II devidamente criogenizado em sua capsula de senilidade controlada ficou puto com o que considerou uma “maldita volta ao terrorismo abominável do século XXI”. Justo este imbecil falando isso. Como não sabiam a localização dos terroristas para uma contraofensiva imediata, construiram gigantescas espaçonaves com motores hiper quânticos parra varredura cósmica profunda.
Os aceleradores de subpartículas estelares ajudararam bastante o desenvolvimento com suas conversões de plasma da coroa solar em concentradas, densas e perigosas cápsulas de combustível hidrogênico. Com esta tecnologia, construiram toneladas de containers espaciais, catálogos devidamente criptografados e Iates Espaciais.
E pegaram o responsável. Um único cara, nada a ver com os Readers. Herói instantâneo. Meu herói.
E Musk foi obrigado a mandar todos os livros pro espaço. E mandaram seus conselheiros mais fiéis junto. Lá pros anéis de Saturno. Há um vácuo entre eles. A faixa de Cassili. E lá repousam atualmente todos os livros da Via Lactea. E seus bibliotecários devidamente instalados em suas luxuosos quadrados espaciais. Marechal Leslie Foreman Grill era o chefe nomeado pessoalmente pelo próprio Eslon Musk II. Odiava os E-Books. Mataria todos os New Times Readers s e pudesse faze-lo. Um por um. De maneira sangrenta, lenta e prazeirosa.
Ouvi falar de um cara aqui perto que passa por um treco deste todos os dias. O próprio Leslie desenhou o mecanismo, caralho. Moqueado na hipérbole da órbita de Cassili, quase escapando pro espaço sideral. Apesar disto, ou mesmo por isto, Leslie considerava-se um cara legal. Dava pra tomar um ou dois drinks com ele. Eu o fiz. Só atravessei seu caminho por um acaso infeliz.
Eu era ao mesmo seu oficial imediato, piloto e capitão da Nostromo e pirateava sub-etericamente e-books com meu piercing-chip siliconizado implantado no mamilo.
E porque não piratear. Que que eu tinha a ver com esta zona toda... Era só um analista de programas quânticos classe baixa e um diplomata estelar de segunda classe. Ganhava pouco, mas tinha acesso priviligiado a transmissões cósmicas todas. Incluindo os E-books.
Porque não fazer uma grana fácil com meus privilégios alfândegários e dar uma garantia prá minha aposentadoria. Foi isso que Ávila, contrabandista digital dos Readers  falou numa transmissão quânticamente criptografada.
E Ávila revelou mais, eu, que não revelarei meu nome, sendo apenas este duo de letras, eu ouvi que enquanto Musk II folheava com luvas de dândi cósmicas os pergaminhos, velinos, couros rupestres raros e iluminuras banhadas a ouro de milênios atrás, todas as informações manuscritas do Cosmo, enfim, privilégio supremo para caras como os Velhos do Conselho Terrestre e que me foram prometidos um dia. Prometidas a mim, amante confesso da matéria literocientífica e voluntário para a Missão Biblioteca Cósmica.
Mas promessas, promessas são vento...
E, por anos que nunca passaram, eu só fiquei lá, Piloto classe A, com direito marechalísticos, no controle operário e mecânico do iate, enquanto o Leslie transmitia relatórios, bloqueando meu acesso aos livros perpétuamente.
Eu sei.
Eu ouvi a voz do alto dirigente Musk II proibindo expressamente o manuseio do material por minha pessoa.
Eu era apenas um valete, mordomo, serviçal.
Ávila interceptou o sinal, decodificou-o reversamente e mandou uma transmissão devidamente hackeada espaço afora para me contar a real.
E, claro, oferecendo 30 macromoléculas financeiras de óxido de prata, contratar meus serviços foi muitoi fáil
Lokis e Lokitas, a partir daquele momento passei a amar os Readers, E-books e toda a sua maldita parafernália. Foi com ela que transmitiram e implantaram via plasma para minha impressora de matéria 4D meu chip.
Àvila era tão cuidadoso e competente que imprimiu até nota fiscal e recibo dos serviços. E tive que pagar meu chip para a coisa ser perfeitamente legal.
Era com ele que armazenava livros, videos de vigilância com a atividade de Leslie, detalhes da nave, tudo o que me pediam.
Depois, era só esperar o sinal randômico dos terroristas enquanto os braços servo-magnéticos do Iate realizavam a manutenção da espaçonave e eu era obrigado a reiniciar os sistemas.
A Faixa de Cassili, em períodos irregulares, recebia o gelo desgarrado dos anéis de Saturno e o intenso eletromagnetismo do NOSTROMO, a gigantesca cápsula que controlava remotamente todos os containers-bibliotecas e o acesso dos velhos sacanas do Conselho à suas informações atraia gravitacionalmente os cristais a ponto de afetar por acentuado as leituras dos criogenizados senis.
Como único Piloto, era minha responsabilidade garantir qualidade de acesso aos caras. Daí a necessidade salvadora de canalizar a Inteligência Artificial classe A da NOSTROMO para os braços servo-magnéticos para a cuidadosa remoção de todos os cristais de gelo do casco de titanium sintetizado da nave. Nada podia interferir a sagrada leitura do Conselho.
Sem a NOSTROMO vigiando, era fácil ativar o chip e baixar as informações que para retransmiti-las aleatoriamente para Titã, lua de Saturno onde Àvila instalara seu receptor-servidor em codigo hash 57.6.
Assim que recebia todo o status dos sistemas da NOSTROMO, Ávila começava a hackear todos os livros que seus nanobots conseguiam escanear e retransmitir as informações. Uma servo-impressora sub-etérica em algum lugar na terra recebia o sinal e fazia o resto.
Ou seja imprimir livros. Que depois escaneava e editava em formato e-book.
Ávila explicara que a ausência da matéria prima velhos livros tácteis, o papel, papiro, couro, argila, velino, o velho e bom livro para o manuseio real e não virtual causara um fênomeno na população terrestre.
A idiotização precoce.
Ao que parece o velho e bom povo terrestre, inspirados pelo Conselho Terrestre Literário, moveram mundos e fundos para imitá-los.
Bibliotecas particulares e extra-oficiais inteiras foram mandadas para este ou aquele planeta do sistema solar em escolhas feitas sem critérios e no desespero.
Morgan Jr., um imbecil com arroubos de marchand literário ,  achou que o lugar mais seguro para instalar o acervo da família era Mercúrio.
Então se mandou para lá, com os livros devidamente armazenados em contâineres rebocados por uma nave desenhada para cruzeiros em Vênus.
Sua mentalidade de banqueiro ignorou os avisos dos engenheiros que era uma loucura um desastre certo, pois a densidade do primeiro planete era incalculavelmente maior do que a do segundo e sem os escudos antigravitacionais e antisolares nave e contâiner seriam amassados como bolas de papéis.
”Nada disso, argumentou o banqueiro literato que controlava bilhões de acessos financeiros por dia.”A densidade abstrata da informação só pode se equiparar a de Mercúrio. Juntamente com a densidade de meu intelecto, hei de superar e sobreviver a Mercúrio, único lugar deste sistema solar absurdamente exclusivo para abrigar-me a as minhas obras”.
A Morgan Broadcast transmitiu tudo em tempo real: a pressão de Mercúrio pressionou a nave como mão gigantesca, transformando-a num concentrado metálico expelido para o centro do Sol e digerido com um silencioso perdigoto de plasma.
Foi quando recebi o maldito manuscrito num raro papel reciclável de uma das mais antigas fazendas nanogeneticasfitoreciclaveis da Google...

Cela213..







































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