AS CRÔNICAS FANTÁSTICAS DO IMPÉRIO ALMEIDA III–POR DENTRO DA CABEÇA DE WOODY PEREIRA 2

detail-Psychogeography-43-2014-Dustin-Yellin

Mais perturbado que Mark I estava Woody Pereira, numa noite dessas algum tempo atrás.

Estava mais rico, mais saciado de sexo, mais sujo de sangue e sentindo-se em pleno inferno, tão culpado julgava estar no cartório.

Havia escrito uma carta ao detetive chefe da polícia federal terrestre unificada, um tal de S. relatando seus distúrbios, orgias e matanças com Pink e pedindo um encontro.

Almeida dormia e a consciência voltava nesses momentos.

A culpa o devorava.

Jamais imaginara se tornar um assassino. Toda aquela violência, um êxtase que o levava a uma espécie de gozo mental, mas, logo após, uma ressaca moral insuportável.

Woody Pereira nunca passara um tempo com o cérebro aprisionado num aquário de Neo Cristal de Murano em constantes upgrades de sonhos profanos e energias sub-atômicas...

Para o velho, matar era uma delícia, para ele, um sacríficio.

E Pereira, conectado com uma consciência expandida que, enquanto dormia, podia ser sobrepujada.

Tomando controle de seu corpo uma vez mais, Pereira, usando o máximo de sua força de vontade obteve um link com S., o policial encarregado da força tarefa designada para o Sr. X.

Pediu socorro.

Não aguentava mais o terror do cérebro mutante e macabro de Almeida.

Havia outra alternativa, mas Pink não iria gostar nada de saber que ele podia acionar a Dark Web Sideralis e unir-se a Mariana em Phobos. Mas ainda amava-a...

Porém Almeida... não havia mais nada de amor em sua consciência. Apenas sexo, grana, sangue e lâminas em bailados de violência.

Mas, quando a consciência do velho despertou, foi novamente dominado por uma necessidade, que embora não fosse sua propriamente dita, era compartilhada pela empatia simbiótica da unimente que criara com o cérebro do velho Almeida distorcido pelos sonhos implantados em seu inconsciente por Mark I.

Agora, a noite era seu manto uma vez mais.

Almeida assumira o controle e queria ballét de lâminas em doces deslocamentos de carne e sangue em jorros pré calculados, sacramentados, ritualizados.

Hoje a vítima seria estripada e cauterizada com a nova lâmina laser.

O próprio detetive S.

Pois, expandindo sua consciência, o velho Dr. A. descobrira as transmissões de Pereira. Seguira-as como se nela houvesse um transponder.

Armara uma armadilha para o detetive.

  armadilha

Comentários

Postagens mais visitadas